Fim de bibliotecas em ônibus faz leitura despencar em SP
Acervo Folha de SP Em 1936, seu último ano como diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, o escritor Mário de Andrade questionou: em vez de esperar que o público fosse às bibliotecas, por que elas não vão ao público? Ele então procurou a montadora Ford, colocou livros dentro de um ônibus e os levou para regiões periféricas da capital paulista, onde o transporte é precário e o acesso a bibliotecas é escasso. Aos trancos e barrancos, o programa municipal de ônibus-bibliotecas sobreviveu por oito décadas de maneira intermitente até o fim de 2015 e está parado desde então. A suspensão do projeto fez despencar os números de acesso a livros na cidade. Em 2015, 627.637 consultas a livros foram feitas em ônibus-bibliotecas, quase a metade do número total (1.519.780). Comparativamente, 648.518 consultas foram feitas nas 52 bibliotecas na cidade naquele ano (atualmente são 54). No ano passado, o primeiro período inteiro sem ônibus, o total de consultas a livro