Internacional. Patinetes para brigar com Ubers

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A Bird, uma startup de Los Angeles, nos Estados Unidos, anunciou ontem ter levantado US$ 300 milhões junto a alguns dos principais fundos do Vale do Silício. Para uma empresa que ainda não completou um ano de idade, é uma conta estonteante até para os padrões do Vale. Já havia conseguido US$ 100 milhões em fevereiro — ao todo, tem em caixa US$ 418 milhões e está avaliada em US$ 2 bilhões. Seu negócio? Quer ser a Uber dos patinetes elétricos. Pois é.
Talvez a maior aposta do Vale do Silício, em 2018, sejam os patinetes elétricos. E, se a ideia parece de todo disparatada, não custa lembrar que é a aposta de algumas pessoas brilhantes. Cometem erros, claro. Mas, considerando a hipótese de que possam estar certos, compreendê-los diz muito a respeito de como o Vale pensa e funciona. E esta é uma história que começa em São Francisco, a capital informal do mundo digital.
Em fevereiro, quem andasse por Sanfran não as veria. Em abril, estavam por toda parte. Foi rápido. Elas funcionam como as bicicletas de aluguel por aplicativo. O cliente instala o app, insere o cartão de crédito, e pelo cartão libera o aluguel de uma. A diferença é que as bicicletas ficam presas em estações próprias. Os patinetes, não. Ficam soltos. Ligam via app: o aluguel inicial sai por um dólar, mais 15 centavos por minuto de viagem.
O objetivo é resolver o problema da última milha. O sujeito salta do metrô, ou do ônibus, ou do bonde, a três quilômetros do escritório – ou de casa. Normalmente, teria de andar. Mas pode subir num patinete, que tira carros das ruas numa cidade particularmente congestionada, e o motor elétrico leva a até 25 km/h.
Por lá, há quem os ame e quem os odeie. Afinal, são muitos. E vão se espalhando pela cidade, largados pelos cantos. Andam rápido pelas calçadas. Em maio começou um movimento de gente destruindo as maquinetas aqui e ali. No início deste mês, a prefeitura ordenou que todas fossem retiradas das ruas, estabeleceu regras para obtenção de licença e um processo de regulação teve início. A Bird começará a exigir capacetes e seu app terá espaço para que o cliente fotografe o patinete corretamente estacionado ao fim da viagem. Largado por aí, não mais.
A empresa não parou de crescer: está em 15 cidades e, nos próximos dias, chegará a outras sete. Uma equipe, na Europa, estuda para quais outros países ir primeiro.
Aliás, a empresa não está sozinha. Pode ter sido aquela que juntou mais dinheiro, mas já tem duas concorrentes. A Lime e a Spin. Tampouco é à toa que o fundador da Bird tenha sido executivo tanto da Uber quanto de sua mais importante rival americana, a Lyft.
O modelo que estão todos seguindo é justamente o modelo Uber.
A Uber não foi pensada para carros com motorista. Ela entra no azul mesmo quando não precisar mais pagar motoristas e substituir a frota por carros autônomos. Só que, até lá, é preciso acostumar os consumidores com a ideia de chamar um carro via app. E a maneira de montar um gigantesco portfólio de consumidores é seduzindo-os e aos motoristas simultaneamente. O segredo que permitiu à Uber se tornar líder perante suas concorrentes está no capital que levantou. Foi tanto, mas tanto dinheiro, que lhe permitiu cobrar menos do que taxistas, pagar um porcentual alto da corrida aos motoristas, e se estabelecer rápido em incontáveis cidades no mundo. Tudo ao mesmo tempo. Faz tudo no vermelho para ser líder ali na frente.
Este é o jogo da Bird. A maneira como nos movemos pelas cidades vai mudar radicalmente. Talvez, patinetes elétricos façam parte da equação para pequenas distâncias. Em breve, vamos começar a vê-los também em nossas cidades.
Fonte: Estadão
De Pedro Doria

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