Cinco linhas de ônibus da Zona Oeste do Rio somem do mapa após empresa decretar falência
Há pouco mais de um mês, desde que a Viação Algarve decretou falência, em 23 de janeiro, pelo menos cinco de suas 22 linhas não foram assumidas pelas outras integrantes do Consórcio Santa Cruz, e seus ônibus não são mais vistos na Zona Oeste do Rio. Quatro eram convencionais — 750 (Sepetiba-Coelho Neto), 754 (São Fernando-Coelho Neto), 388 (Santa Cruz-Carioca), 881 (Vilar Carioca-Campo Grande) — e uma, executiva, a 2331 (Santa Cruz-Castelo). Juntas, transportavam mais de 85 mil passageiros, como mostra o site Transparência da Mobilidade, cujas informações mais recentes são de julho de 2015.
Na quarta e na quinta-feira passadas, o EXTRA esteve nos pontos finais em Sepetiba, Santa Cruz e Campo Grande, onde permaneceu por cerca de duas horas, em cada, e nesse período não encontrou nenhum ônibus destas linhas. Passageiros, motoristas e despachantes confirmaram o sumiço dos coletivos
— Essa placa é só enfeite. Há muito não vejo os ônibus da 388 por aqui— reclamou Vanda Costa, de 53 anos, diante do painel com as linhas que saem da Rua Alberto Álvaro, em Santa Cruz.
A auxiliar de serviços gerais pegava só um ônibus para chegar ao trabalho, em São Cristóvão. Agora, recorre a três conduções (dois ônibus e trem) no mesmo percurso.
A Secretaria municipal de Transportes (SMTR) diz que as linhas 750,754 e 2331 foram extintas por apresentarem trajetos “sobrepostos com outras linhas em operação”. Já a 388 e a 881 estariam incluídas no plano de contingência ainda em implementação “e recebendo ajustes a fim de atender melhor os usuários”.
O Rio Ônibus, informou que uma reorganização de linhas está em discussão com a secretaria, com base em estudos de sobreposição de itinerários. Porém, o prazo inicial dado da própria prefeitura era de 30 dias e já acabou.
Extinção sem aviso prévio
A informação de que a 750, 754 e 2331 foram eliminadas surpreendeu passageiros, que disseram não terem sido avisados previamente da extinção. O EXTRA também não encontrou aviso nos pontos finais destas linhas.
— É uma surpresa para mim. Estou sabendo agora. Estão diminuindo as linhas aos poucos e quando a gente for ver já não tem mais nada — disse o funcionário público Sérgio Madalena, de 57 anos, morador em Sepetiba.
Segundo a secretaria, os passageiros da 750 e da 754 têm as linhas alimentadoras do BRT e da SuperVia, como opção, podendo ainda fazer integração com as linhas 756 (Santa Cruz) e 759 (Cesarão) a partir de seus pontos iniciais.
Eles podem ainda, segundo a SMTR, recorrer ao Bilhete Único Carioca, sem a necessidade de pagar mais uma passagem. Porém, há casos em que a baldeação inclui uma terceira condução, como acontece com Sérgio, que trabalha no Centro.
A linha executiva 2331, segundo a secretaria, foi substituída pela 2303, que faz o mesmo trajeto. A alimentadora 858 é apresentada como opção de integração com o BRT e a SuperVia, para quem mora perto da Avenida Antares.
‘Não dão atenção para os moradores daqui’
— No dia 1º de fevereiro fiz uma reclamação sobre a ausência da linha no 1746. Na ocasião, a atendente deu prazo de dez dias para apresentar uma solução. Me disseram também que outra empresa assumiria a linha, mas o tempo passou e nada aconteceu. Perdi a esperança. Não dão atenção para os moradores daqui. Os ônibus eram velhos e o intervalo, irregular nos últimos tempos, mas pelo menos tínhamos opção. Agora nem isso. Eu pegava o ônibus aqui em São Fernando e ia direto ao meu trabalho, em Coelho Neto. Agora tenho de fazer baldeação em Santa Cruz. Só não gasto mais porque tenho Bilhete Único, mas perco mais tempo, por causa da espera. É pelo menos uma hora a mais — afirmou Robson dos Santos, ex-usuário da linha 754.
Fora de operação
A Algarve é a quinta empresa a decretar falência, desde o ano passado. Antes dela, deixaram de operar a Top Rio, a Andorinha, a Rio Rotas e a Translitorânea.
Frota
A saída destas empresas, segundo o Rio Ônibus representa a substituição de cerca de 500 veículos. Dois mil funcionários perderam emprego com o fim das viações.
Informações: Jornal O Extra
Este prefeito maluco só tá estragando as empresas colocando consórcios e também falindo empresas principalmente da zona oeste que sofrem os descasos destas empresas e pela má organização deste prefeito...como o BRT começou bem mais agora é só bagunça né fora a padronização das pinturas que ficaram horrorosos e os ônibus ficaram cada vez mais feio e desconfortáveis...
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