Trem e metrô têm risco ‘bastante alto’ de suspender atividades no Rio de Janeiro, diz secretário
O secretário estadual de Transportes do RJ, Delmo Pinho, afirmou nesta quinta-feira (6) que os sistemas de barcas, trem e metrô podem ser suspensos caso não chegue uma ajuda financeira do Governo Federal. As concessionárias afirmam que estão passando por dificuldades financeiras por causa da crise causada pela pandemia.
“O risco [do serviço parar] é bastante alto. Esses sistemas, os trens, o metrô e a barca, que são chamados de alta capacidade, eles têm custos operacionais muito relevantes. O metrô ferroviário, por exemplo, você custeia não só a operação das linhas, a manutenção das estações, a manutenção das linhas, é diferente por exemplo do sistema rodoviário, que também tem custos importantes, mas quem cuida da rua é a prefeitura ou o estado, da sinalização, da semaforização, o governo”, disse Delmo Pinho.
A ajuda financeira depende da aprovação de um projeto de lei que será votado na próxima terça-feira (11) em Brasília. O “socorro” ao transporte público pode demorar tempo maior do que a autossuficiência das empresas.
“Se não chegar [ajuda financeira], nós vamos ter uma degradação muito rápida nos serviços. A consequência disso é que muitos horários podem ser suprimidos ou até mesmo operações podem ser cancelados. Corre o risco [de metrô e trem pararem no RJ]. Corre o risco não é no Rio de Janeiro. Corre o risco em vários sistemas, esses sistemas troncais no Brasil”, afirmou.
Concessionárias expõem dificuldades
As concessionárias dos transportes de alta capacidade afirmam que a crise da pandemia afetou drasticamente a receita das empresas.
“Nós estamos com um déficit, perda de receita em torno de R$ 30 milhões mensais. O acumulado é até hoje está em R$ 153 milhões de perda de receita”, disse o presidente da SuperVia, Antônio Carlos Sanches.
“A gente teve uma queda de 80% no começo da pandemia. Continuamos com uma queda na casa de 70% da demanda com relação ao que tínhamos antes da pandemia (...) A companhia agora já consumiu todo seu caixa, e a partir do mês de setembro a operação já não gerará receitas suficientes pra fazer frente a todos os custos mensais”, afirmou Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio.
A secretaria estadual de Transportes afirma que não há “plano B” em caso de uma possível paralisação.
“O plano B e o plano A são o mesmo plano. Nós temos que aproveitar essa grande crise, lembrando o seguinte, é a maior crise da mobilidade urbana do mundo nos últimos 50 anos. (...) Vamos ter grande dificuldade porque existem limitações fiscais fortíssimas, o estado do RJ é o único estado do Brasil que está no regime de recuperação fiscal. Para cada despesa nova que você faça, você tem que cancelar uma outra despesa em uma outra situação”, afirmou o secretário Delmo Pinho.
Fonte: G1 RJ
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