Metroviários de São Paulo mantêm greve após anúncio de corte nos salários
Foto: Eduardo Knapp/Folhapress |
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo anunciou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24), que manterá, por enquanto, a greve marcada para a próxima terça-feira (28), a partir de 00h. A demanda da paralisação será somente a manutenção dos salários e direitos e, desta vez, não haverá pedidos por reajustes salariais.
Haverá, ainda, uma audiência no Tribunal de Justiça de São Paulo às 11h de segunda-feira, precedendo a assembleia da categoria, que ocorre no início da noite. Se não houver uma contraproposta por parte da gestão, a greve será mantida.
As linhas 4 e 5 do Metrô, por possuírem acordos específicos, não farão parte da greve, caso confirmada.
Os coordenadores do sindicato afirmaram que, na noite desta quinta (23), foram surpreendidos com um e-mail do Metrô informando corte de 10% no salário de todos os funcionários.
“Quando tentávamos construir uma proposta para estabelecer um acordo coletivo, tivemos a notícia de que o metro descontaria esse salário de todos os metroviários”, lamentou Wagner Fajardo, coordenador-geral do sindicato.
O sindicato pontua que a decisão do Metrô ataca toda a categoria, deixando o plano de saúde inviável para a maioria dos funcionários, além da intenção de reduzir os adicionais noturnos.
A ideia dos organizadores era realizar a greve em outro momento, e não durante a pandemia de covid-19. Mas, como relatou a coordenadora Camila Lisboa, se viram obrigados a entrar no processo de reunião de campanha salarial.
“O mínimo que gostaríamos de receber de volta é respeito. E estamos sendo desrespeitados pelo Metrô e pelo Governo de São Paulo”, afimou Lisboa.
A fim de não lesar a população com a greve, os metroviários consideram também a possibilidade de trabalharem com catracas abertas, ou seja, sem cobrarem as passagens dos usuários do transporte.
A entidade avalia que, na iminência de um corte de salários, a baixa deveria ocorrer em maior porcentagem sobre os salários mais altos do Metrô. Segundo o sindicato, mais de 300 pessoas recebem como salário-base, sem considerar adicionais, valores maiores que o teto decretado para o governador do Estado, de R$ 23 mil mensais.
Inicialmente, a greve estava para o dia 1º de julho, mas o TJ-SP pediu pelo adiamento, e então foi marcada para o dia 8. Depois de deliberação em assembleia da categoria, a data ficou para o dia 28, com mais 20 dias para negociações – sem sucesso, como relataram os corrdenadores.
A reportagem pediu um posicionamento ao Metrô de São Paulo a respeito da greve e da redução de salários relatada pelos coordenadores do sindicato. Até a publicação deste texto, não houve resposta.
Fonte: R7
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