Marinha avança na construção de submarinos, em Itaguaí, no Rio
A pandemia do novo coronavírus não deteve o avanço do programa de construção de submarinos, o Prosub, da Marinha, que no estaleiro de Itaguaí, no sul do Estado do Rio, concluiu mais uma etapa da montagem do S-42 Tonelero.
Trata-se do terceiro submarino convencional dos quatro previstos no acordo de transferência tecnológica firmado entre o Brasil e a França, em 2009. Depois dos convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, o acordo promete também a construção de um submarino com propulsão nuclear, até o final da próxima década.
A etapa concluída do Tonelero foi o embarque do cradle de elétrica, compartimento responsável por abrigar os geradores a diesel, com quatro motores acoplados para carregar as baterias do submarino.
Submarinos têm custo de R$ 37 bilhões
O programa todo deve custar R$ 37 bilhões, quando finalmente o submarino de propulsão nuclear estiver pronto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já tentou reduzir os recursos do programa, mas a Marinha resistiu alegando obrigações contratuais com os franceses.
O Tonelero é o terceiro de uma classe de quatro submarinos de 2,2 toneladas, 76 metros de comprimento e quatro andares de altura, todos em construção no complexo de Itaguaí, um conjunto de 520 mil m², na Ilha da Madeira.
O primeiro dos submarinos convencionais, o S-40 Riachuelo, foi recebido pela Marinha em dezembro de 2018. Em agosto de 2019, começou a fazer as provas de mar, que devem durar até o segundo semestre deste ano.
Para o próximo mês de setembro, se não houver atraso, deve ser entregue para testes o segundo submarino, o S-41 Humaitá. O quarto, o S-43 Angostura, está previsto para 2022.
Esses submarinos têm capacidade disparar torpedos de 533 mm, lançar mísseis com alcance de 200 km, depositar minas e transportar equipes de combatentes, que podem ser liberados debaixo d’água.
ICN é a responsável pela construção dos submarinos
Em 2009, a partir do acordo entre o Brasil e a França, foi criada a ICN – Itaguaí Construções Navais, a empresa responsável por receber e reter a tecnologia francesa e que constrói os submarinos.
A empresa define os submarinos convencionais da classe Riachuelo como os mais os modernos do mundo nesse seguimento. Ela também será a responsável pela fabricação do primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil. Isso colocará o país no restrito grupo de construtores desse tipo de embarcação, junto com Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Índia.
Para a Marinha, o investimento no Prosub se justifica pela necessidade de proteger uma área de oceano com 4,5 milhões de km², equivalente a mais da metade do território continental do Brasil. Desse espaço, saem 91% do petróleo e 73% do gás natural nacionais.
Fonte: Diário do Porto
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