Linhas de ônibus somem da Zona Oeste do Rio de Janeiro e deixam passageiros a pé

NOVA LIÇITAÇÃO PARA EMPRESAS DE ÔNIBUS NA ZONA OESTE DORJ

Os passageiros de ônibus da Zona Oeste sentem nas ruas os efeitos do pedido de recuperação judicial da Expresso Pégaso, ocorrido na semana passada. Das 17 linhas operadas pela empresa, apenas cinco convencionais estão circulando, de acordo com os usuários, e ainda assim com a frota reduzida, além de outras duas do tipo frescão, cuja tarifa é R$ 15. A viação, que já chegou a ter 700 veículos, hoje tem 200. A crise gerada pela pandemia de coronavírus é apontada como responsável pela situação atual. A Pégaso é a terceira empresa de ônibus do Rio a pedir recuperação judicial nos últimos meses. As outras duas são Real e Paranapuan, cujos passageiros reclamam de problemas semelhantes.

— Quando preciso sair do bairro, a espera é gigantesca. E aos fins de semana, (a linha) roda com um ônibus, quando tem. Acabamos ficando escravos do transporte alternativo — reclama o consultor de beleza Luis dos Santos, de 31 anos, morador de Sepetiba e passageiro da 898 (Campo Grande-Sepetiba), que em dias úteis só circula com dois carros, segundo ele.

Ainda de acordo com Luis, até 2016, a linha chegou a ter 35 veículos e rodava com intervalo de 5 minutos entre as viagens. Mas ultimamente vinha operando com só três, e em estado precário. Linhas como a 366 e 398, que faziam o itinerário Campo Grande-Tiradentes, que já rodavam com poucos carros e intervalos longos antes da pandemia, desapareceram a partir de meados de março. Em compensação, as linhas de frescão 2336 e 2339, que fazem o trajeto entre Campo Grande e o Castelo, cujas tarifas é bem mais cara, circulam com até 15 ônibus.

— A redução de frota já tem há muito tempo, antes mesmo do pedido de recuperação judicial e da quarentena. O sumiço de linhas já era evidente muito antes disso. Acho que é má administração mesmo. E agora a situação de agravou — acredita o técnico de informática Jorge Lucas Araújo, de 24 anos, morador de Campo Grande.

O operador de lojas Rodrigo Pereira, de 26 anos, se queixa de linhas como a 738 (Urucânia-Marechal Hermes) faz o mesmo diagnóstico e conta que, sem opção, os usuários são obrigados a fazer baldeações e gastar mais. Ou a recorrer ao transporte alternativo.

— A maioria das linhas da Pégaso, que roda por Campo Grande e adjacências, é problemática. Como a empresa é líder do Consórcio Santa Cruz, o impacto da crise interfere até em linhas de outras empresas —queixa-se.

A Pégaso deu entrada no pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio no começo da semana passada. A ARM Gestão, responsável pela reestruturação financeira da empresa, justificou na ocasião que o objetivo da medida era evitar que a viação, que acumula dívida de R$ 49,5 milhões, encerre suas atividades. O número de passageiros transportados teria passado de uma média diária de 36 mil para 12 mil por dia, com a pandemia.

A Secretaria municipal de Transportes prometeu fiscalização nas linhas citadas, e disse que, se confirmada a denúncia, o consórcio deve ser multado. Além disso, afirmou que, só durante a pandemia, já aplicou 357 multas aos consórcios em ações de fiscalização, que seguem ocorrendo em toda a cidade. “As irregularidades incluem circulação de linhas com frota reduzida, lotação, vistoria vencida, entre outras”, afirmou.

Fonte: O Extra

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