Prefeitura do Rio de Janeiro vai dar subsídio de até R$ 17,5 milhões a empresas para que ônibus rodem na cidade
Em meio à pandemia da Covid -19, a Prefeitura do Rio vai subsidiar, pela primeira vez em sua História, a operação dos ônibus da cidade. O município vai pagar até R$ 17,5 milhões em combustível para que as concessionárias Transoeste, Transcarioca, Internorte e Intersul e o BRT continuem rodando pela cidade. O subsídio foi regulamentado nesta quinta-feira por uma portaria da Secretaria municipal de Transportes.
O secretário Paulo Cesar Amendola disse que uma comissão foi criada para analisar os pedidos de rateio de uma espécie de cota de óleo diesel para os consórcios e o BRT. A análise será concluída nesta sexta-feira, incluindo os detalhes sobre a prestação de contas. A prefeitura negocia com a BR Distribuidora a entrega do combustível. Por enquanto, o acordo vale por um mês. Os valores vêm do Fundo Municipal de Transportes, que tem entre as fontes de recursos multas aplicadas aos próprios consórcios. Normalmente, esse montante é gasto no planejamento da infraestrutura do trânsito no Rio.
- As empresas, pelos consórcios, apresentaram essa demanda por estarem em dificuldades. Esse valor que vamos liberar equivale a um mês de consumo - disse Amêndola.
As empresas sustentam que, com o confirnamento da população, o movimento dos ônibus caiu em quase 70%. Em meio às dificuldades, elas negociaram rodízios e reduções de salários. Apesar da queda de usuários, muitos coletivos, em especial do BRT, continuaram a circular cheios e com pessoas em pé, contrariando a determinação da prefeitura de que passageiros só viajassem sentados para reduzir o risco de contágio por coronavírus.
Na semana passada, a conclusão do processo de climatização dos coletivos foi adiada mais uma vez. A substituição de cerca de 600 ônibus comuns por veículos com ar-condicionado, que deveria acontecer até setembro deste ano, ficou para 2021. O prazo original para que as empresas tivessem coletivos com ar era dezembro de 2016. Além disso, foi prorrogado o temo de vida útil que os coletivos poderão rodar no Rio, de oito para dez anos.
- Mas terá que ser demonstrado para os nossos técnicos que os coletivos mais antigos têm condições de rodar com conforto e segurança para os usuários - disse o secretário.
A prefeitura também solicitou ao Ministério da Fazenda que avalie se pode pagar os salários dos rodoviários durante a crise. Mas até agora não teve resposta. A hipótese de reajuste da tarifa neste momento de crise está momentaneamente afastada porque uma decisão judicial impede a concessão de aumento da tarifa, hoje em R$ 4,05.
O presidente do Rio Ônibus, Claudio Callak, disse que ainda aguarda a posição dos estudos técnicos da Secretaria de Transportes para confirmar que os recursos serão repassados a fundo perdido. Ele reiterou que o tamanho da crise no setor será conhecido somente quando a situação voltar ao normal. E lembrou que varias empresas já quebraram antes mesmo da crise do Covid -19:
- Nos últimos anos, 14 empresas fecharam as portas. A gente precisava de apoio do governo. Esse dinheiro não virá para as empresas, mas direto para a BR Distribuidora. Tivemos uma queda de 70 por cento dos passageiros. Mas temos que continuar a rodar mesmo se na rua só tehnamos para transportar profissionais de saúde e pessoas que tem direito a gratuidades - disse Callak.
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