Transporte de SP operará normalmente e ainda não há plano de emergência para coronavírus

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Os sistemas de ônibus, metrôs e trens da cidade de São Paulo devem continuar funcionando normalmente e, por enquanto, não há plano de emergência para evitar que o coronavírus se alastre.
Todos os dias são feitas 15,3 milhões de viagens de transporte público na capital paulista, de acordo com a última pesquisa Origem e Destino do Metrô. O Ministério da Saúde recomenda evitar aglomerações como prevenção.
Por enquanto, a Prefeitura de São Paulo (que regula o sistema de ônibus da capital) e o governo (que controla o Metrô e a CPTM) dizem que seguirão as recomendações dos serviços de saúde —que não incluem interrupção de transporte público.
A principal ação é informar os passageiros. A SPTrans faz o Jornal do Ônibus, folheto de informações à vista nos coletivos. A atual edição explica o que é o coronavírus e dá dicas de prevenção: quando tossir ou espirrar, usar o braço, e não a mão como barreira; higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool gel; evitar tocar olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal.
Segundo a SPTrans, em média 8,9 milhões de pessoas usam o sistema de ônibus da cidade nos dias úteis.
A SPUrbanuss, sindicato das empresas de ônibus, descarta restringir a lotação de veículos de modo a evitar aglomerações. “Não há possibilidade, particularmente no horário de pico, porque já operamos no limite”, afirma o presidente da entidade, Francisco Christovam.
O sindicato pediu às empresas um reforço na higienização dos ônibus. “Normalmente, o que se faz é uma lavagem externa do veículo e uma varrição dentro, para retirar o lixo. Agora, recomendamos que as empresas cuidem com mais frequência dos balaústres, que é onde as pessoas põem as mãos”, afirma ele.
Um dos problemas mais graves é que o vírus pode permanecer íntegro por horas ou até dias quando está em superfícies, como os lugares onde os passageiros se apoiam.
Os departamentos de recursos humanos das empresas têm orientado que os funcionários, motoristas e cobradores, carreguem consigo potes de álcool em gel.
Por enquanto também não há planos de restringir os sistemas sobre trilhos, operados pelo Metrô e pela CPTM, informou a Secretaria de Transportes Metropolitanos. As duas empresas transportam uma média de 6 milhões de passageiros por dia útil.
A pasta e as concessionárias, ViaQuatro (linha 4-amarela) e ViaMobilidade (linha 5-lilás), estudam um plano conjunto de atuação.
Por enquanto, ainda é raro encontrar algum passageiro de máscara —que é mais útil para quem tem a doença evitar espalhá-la do que para quem é saudável se proteger.
O Sindicato dos Metroviários pediu que o Metrô disponibilize um protocolo de ações preventivas e informe quais os procedimentos a serem tomados caso o número de infectados aumente.
A decisão de continuar a operação dos sistemas de transporte da cidade não é exclusiva de São Paulo. Grandes centros urbanos de países muito mais afetados mantiveram suas operações. É o caso de Roma, por exemplo. Apesar de a Itália, segundo país onde o vírus se disseminou mais, ter proibido viagens e fechado escolas, o metrô de Roma opera normalmente —muito mais vazio agora.
Apesar de manterem os sistemas abertos, capitais mais impactadas passaram a desinfetar os veículos do transporte público com mais frequência.
Também é preciso tomar cuidado quando se toma táxi ou carros por aplicativo.
No fim do mês passado, a Uber disparou orientações para os motoristas. A empresa recomenda que limpem e desinfetem os veículos, com atenção especial às superfícies com que os usuários têm contato frequente; que fiquem em casa se tiverem os sintomas da doença, ainda que leves; que lavem as mãos com frequência e que cubram a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.
No último mês, a empresa suspendeu contas de 240 usuários no México que tiveram contato recente com alguém possivelmente infectado.
Fonte: Folha de São Paulo

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