Governo da Bahia suspende transporte intermunicipal para Salvador e outras três cidades

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Como forma de frear o avanço do coronavírus na Bahia, o governador Rui Costa, em decreto assinado na tarde de ontem, 18, determinou a suspensão, durante dez dias, a partir da 0h de amanhã, do transporte intermunicipal para Salvador e as outras três cidades baianas que tiveram registros da Covid-19 até agora: Feira de Santana, Prado e Porto Seguro. Além disso, os terminais rodoviários dessas cidades serão fechados.
De acordo com o gestor estadual, a medida também vai valer para as vans que circulam nas cidades oriundas de outros lugares. Ainda conforme o governador, não será mais permitida, a partir desta sexta-feira, a saída de ônibus dos quatro municípios do estado. Já no sábado, os veículos também não poderão ter essas cidades como destino final. “Isso vai limitar a circulação de pessoas nessas cidades”, disse Rui Costa.
Ele informou ainda que irá colocar órgãos como a Agerba e a Polícia Militar para realizar a fiscalização nas estradas. Quem descumprir a norma pode ter o veículo apreendido. “Os veículos que descumprirem essa norma serão apreendidos e levados para o pátio do Detran ou para o quartel da PM”, explicou o governador do Estado.
Outra medida adotada foi a proibição da chegada e saída de ônibus do Terminal de Bom Despacho (município de Itaparica) para qualquer cidade da Bahia. Essa medida também vai passar a valer a partir da 0h da próxima sexta-feira, 20 de março.
SUSPENSÃO DE VOOS
No início da tarde de ontem, o gestor estadual, também como forma de conter o avanço do coronavírus na Bahia, solicitou, à Agência Nacional de Aviação Civil e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a suspensão, em caráter emergencial, de voos saindo ou chegando de aeroportos baianos para o exterior e para cidades brasileiras com casos de contaminação comunitária, como Rio de Janeiro e São Paulo.
“Vou assinar esse pedido para as agências ainda hoje [ontem], a fim de suspender, imediatamente e em caráter emergencial, todos esses voos. Afinal, os casos registrados na Bahia são de pessoas que chegaram do exterior e dessas duas cidades”, explicou o governador.
A medida, que visa frear a transmissão da doença em todo o território baiano, soma-se a uma série de ações executadas pelo governo estadual, a exemplo da suspensão das atividades de todas as escolas públicas e privadas de todos os municípios baianos, por 30 dias. “São medidas duras de restrição de circulação, mas são absolutamente necessárias para que vidas humanas sejam salvas”, comentou Rui Costa.
Procurada pela reportagem da Tribuna da Bahia para falar sobre o pedido do governador, a ANAC respondeu que “sobre os pedidos dos governos estaduais na interrupção de operações aéreas, cabe à União determinar o fechamento de aeroportos federais, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)” e que verificássemos a informação junto ao Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SNAC).
A equipe, então, procurou o referido órgão, que informou que “essa é uma decisão técnica que dependeria da Anvisa/Ministério da Saúde, o único órgão com prerrogativa de determinar fechamento de aeroportos por motivos sanitários. Até o momento não há nenhuma discussão nesse sentido no Ministério da Infraestrutura”.
Por último, a agência governamental destacou que o assunto é tratado pelo grupo interministerial que tem a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Os órgãos estão realizando levantamentos em todos os terminais internacionais do país. Até o momento não há uma decisão final sobre o tema”, explicou o órgão.
INÓCUA
Para membros do trade turístico, contudo, a medida adotada pelo governador pode ser considerada inócua, devido ao fato de medidas como a suspensão das aulas e evitar a presença em aglomerações já terem sido tomadas. “As companhias aéreas nacionais, em sua origem, já estão cancelando seus voos. Mas acho que proibir a ida ou a vinda é uma medida um pouco inócua, porque lá tem, aqui também e a maior parte das transmissões não são comunitárias e sim de casos importados, por enquanto. Por outro lado, quem quiser ir para Porto Seguro de carro, não está impedido. Como é que você vai controlar esse meio de transporte?”, questionou Sílvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA).
“A preocupação em se fechar o acesso da população as rodoviárias e reduzir os voos, eu acredito que não seja uma medida, nesse primeiro momento, acertada. Que ela seja afrouxada logo em seguida. O problema é não deixar passar também as mercadorias que entram e saem do estado, pois este não é autossuficente. Eu acho que o vírus já está rodando em todos os lugares, mas em apenas alguns foi identificado. Agora é fazer todo o plano de contingenciamento, de atendimento da parte de saúde. Não há muito que fazer. Isso logicamente nos preocupa. É um baque gigantesco em toda a nossa economia. Estamos contabilizando, no mínimo, três a quatro meses sem atividade econômica nenhuma. O que pedimos é que as autoridades tomem as devidas providências para debelar esse problema o mais rápido possível”, pediu Roberto Duran, presidente da Salvador Destination.
Fonte: Tribuna da Bahia

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