BRTs lotados vão na contramão de recomendação para combater o coronavírus no Rio

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Foto: Jornal O Extra
No primeiro dia útil das restrições impostas pelo governo do estado e pela Prefeitura do Rio, para evitar que o coronavírus se espalhe rapidamente pela cidade, muitas pessoas saíram de casa na manhã desta segunda-feira e tiveram que enfrentar transportes lotados.
Desde sexta-feira, as autoridades pedem que as pessoas não se aglomerem em ambientes fechados. Muitas profissões, no entanto, não contemplam a possibilidade de home office e ainda não há um planejamento das autoridades do estado quanto ao transporte público no âmbito da Covid-19.
Na estação Mato Alto do BRT, em Guaratiba, na Zona Oeste, a cerca de 60 quilômetros do Centro do Rio, muitos temem pela doença, mas frisaram que precisam trabalhar. Aproveitando a preocupação com o vírus, ambulantes faturam vendendo álcool em gel nas estações, que ainda não foi disponibilizado pela concessionária, apesar da promessa.
Moradora de Pedra de Guaratiba, a atendente de farmácia Aleilce Ramos Silva, de 36 anos, afirmou que está apreensiva, mas precisa enfrentar o BRT lotado para trabalhar no Recreio dos Bandeirantes.
— Estou acompanhando (a doença) pelo jornal. Fico com medo, mas tenho que trabalhar. Atendo muitas pessoas por dia e estou adotando algumas precauções, como usar máscara e passar sempre álcool em gel nas mãos — diz Aleilce, que havia acabado de comprar um kit de máscaras e um vidro pequeno de álcool em gel na estação do BRT do Mato Alto.
Segundo a atendente, a procura por álcool em gel e máscara na farmácia onde ela trabalha é tanta que não há mais nenhum desses produtos para vender na loja.

'Kit anticorona'

De olho nas medidas de prevenção da pandemia, o vendedor ambulante Marcelo Santos, de 46 anos, usa da criatividade para vender “kits anticorona”. Com uma máscara, o camelô anuncia em um microfone que, com ele, “o passageiro está protegido”.
— O kit é apenas R$ 10. São cinco máscaras e um vidro pequeno de álcool em gel — diz o ambulante, que garante: — Virou ouro. Está todo mundo comprando — revela o vendedor, que produziu 500 unidades apenas para esta segunda-feira.
O grande número de passageiros nos ônibus e nas estações é a maior preocupação de todos:
— Tiraram as crianças da escola, repartições públicas vão parar. Mas temos que encarar esse BRT lotado. Se alguém tiver contaminado aqui, todo mundo ficará. O ar-condicionado está quebrado e não há janelas abertas. Todo mundo pode ser infectado. Eu tenho medo. Posso estar contaminada ou ser contaminada. Por isso, comprei o kit. Comprei mais pelo álcool — diz a empregada doméstica Cleuza Rosa da Silva, de 53 anos, que mora em Pedra de Guaratiba e trabalha no Recreio.
A empregada doméstica Marina Gonçalves Alves, de 26 anos, mãe de um menino de 6 anos e tia de uma menina de 7 meses, conta que teve que sair com os dois para uma consulta, mas ficou muito tensa:
— Eu tenho medo de andar com as crianças, mas precisamos sair de casa. Vou levar para o médico — diz ela.
Sobre a recomendação de evitar aglomeração e manter distância das outras pessoas, Marina aponta uma dificuldade:
— Não dá para manter os um metro e meio de distância como pedem. Infelizmente, não existe outro meio de transporte. Temos que arriscar — lamenta.

Faltam itens de prevenção

Funcionários do BRT reclamaram da falta de estrutura dada pela concessionária em relação à prevenção do Covid-19. Segundo seguranças e atendentes, a empresa havia prometido máscaras e álcool em gel, mas os itens de proteção não chegaram.
— Não tem álcool em gel nem máscaras para a gente que faz a segurança e o atendimentos nas estações. Nem sabonete direito nós temos. Eles colocam (o sabonete para lavar as mãos) em alguns dias da semana. Quando acaba, só no dia marcado eles repõem — diz um segurança.
Segundo ele, o receio é que a equipe se contamine já que, diariamente, milhares de pessoas passam pelas estações.
Fonte: Extra/O Globo

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