Kalil não vai reajustar passagem de ônibus em Belo Horizonte; empresas prometem entrar na Justiça

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O impasse sobre a tarifa de ônibus em Belo Horizonte deve parar na Justiça. O prefeito Alexandre Kalil não vai fazer o reajuste. A decisão foi tomada depois de encontro na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na tarde desta quinta-feira, com representantes da administração municipal e o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), Joel Paschoalin.

Depois da reunião, o presidente do Setra deixou a prefeitura dizendo que iria entrar na Justiça para conseguir aumento de R$ 0,25. Segundo Paschoalin, cortes de viagens de ônibus da capital mineira podem acontecer caso o preço continue R$ 4,50.

Depois da reunião, o prefeito Alexandre Kalil falou sobre a decisão. “Tiveram sim quebras de contrato dos dois lados, mas isso não é Atlético e Cruzeiro, Flamengo e Fluminense, não é guerra", disse Kalil, que atribuiu à falta de cobradores o principal motivo de a tarifa não ter sido reajustada.  "O povo gritou e quanto for prefeito dessa vida de o povo tem voz", completou.

Kalil minimizou a ameaça das empresas de ônibus de diminuir as viagens ou abandonar o serviço. "Não vamos para nem fazer nada porque não vai faltar gente para querer uma concessão numa cidade como Belo Horizonte", disse.


Impasse


Jornal Estado de Minas mostrou, na edição desta quinta-feira, que um dos impasses na negociação era a falta de cobradores de ônibus em Belo Horizonte. Por lei, a presença de agentes de bordo é obrigatória na capital mineira. Os veículos só podem circular sem trocador no horário noturno, das 20h30 às 5h59. A exceção são as linhas do Move, que têm ficado imunes à fiscalização. Mas não é o que vem acontecendo.

Os coletivos circulam livremente sem os agentes de bordo. Prova disso é o aumento das 60,9% nas multas aplicadas às empresas pela ausência do trocador. De janeiro a novembro, foram 14.980 infrações, totalizando mais de R$ 10,3 milhões em punição. No ano passado inteiro foram 9.306 multas.

Devido ao aumento das infrações, em agosto, o prefeito Alexandre Kalil determinou a contratação imediata de 500 cobradores. A medida foi apresentada durante reunião com representantes dos consórcios. As empresas tinham até setembro para repor os agentes de bordo. O prefeito afirmou que o cumprimento da decisão seria precondição para a liberação de reajustes tarifários este ano. Mesmo depois do prazo, o Estado de Minas flagrou veículos circulando pela cidade sem trocadores em horários em que a presença era obrigatória.

Com informações: Estado de Minas

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