Rio de Janeiro-RJ. Passageiros da Paranapuan sofrem com ônibus precários na Ilha do Governador

Veículo da linha 327 viajava com assento solto
Divulgação: Jornal O Dia
Pneus carecas, bancos quebrados, veículos sem limpeza e estrutura inapropriada. Os problemas nos ônibus da empresa Paranapuan, na Ilha do Governador, são velhos conhecidos dos usuários. Só no primeiro semestre deste ano, o consórcio Internorte, do qual a empresa faz parte, foi autuado 1060 vezes pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) por irregularidades no serviço. Nesta quinta-feira, um veículo da empresa circulava com o assento completamente solto, além de infiltração no teto coberta por um saco plástico.
Em julho, a SMTR atuou na garagem da Paranapuan e lacrou 20 ônibus, além das 23 multas aplicadas. Dentre os problemas encontrados pela secretaria estavam falha no sistema de acessibilidade, banco rasgado, má conservação da frota, falta ou inoperância de luz de freio, veículos lacrados em operação e circulação de ônibus não cadastrado na Secretaria de Transportes.
Mesmo com as diversas multas, os usuários relatam que os veículos da empresa permanecem sem condições mínimas, como limpeza e revisão mecânica. Para o estudante de engenharia civil, Victor Henrique de Oliveira, de 25 anos, o sentimento é de impunidade. 

"A passagem aumenta com a justificativa de melhora nos serviços e você não vê o reflexo disso, não vê nenhuma punição, nada acontecendo", conta. 

Segundo o universitário, que costuma utilizar a linha 327, que faz o itinerário Ribeira - Castelo, cerca de três vezes por semana, é comum ter a viagem interrompida por problemas mecânicos.

“Uma vez o ônibus saiu com o motorista avisando que ele ia enguiçar e mesmo assim optaram por colocá-lo na rua. Toda vez que parava num ponto, o veículo desligava e o motorista forçava para funcionar. Até que ele enguiçou e tivemos que pegar outro transporte. O horário deles é tão espaçado que não compensa esperar por um ônibus da empresa. É melhor pagar outra passagem”, analisa.

A enfermeira Iraci Maria da Conceição, de 68 anos, costuma denunciar a má conservação dos veículos disponíveis pelo consórcio e conta que também já teve experiências ruins com a empresa Paranapuan.

“A gente paga passagem e é obrigado a viajar nessas condições, além, claro, do risco de acidente. Já peguei um 322 (que faz o trajeto Ribeira - Candelária) que veio da garagem até o ponto final, no Centro, com problema. Para chegar ao meu destino, tive que passar o cartão de gratuidade de novo em outro ônibus. Você pega o transporte do jeito que eles deixam na garagem, sujo e sem manutenção, é revoltante.”
Procurada, a empresa disse em nota que o setor enfrenta uma crise e que está se esforçando para manter o funcionamento da frota.

“A Transportes Paranapuan está empenhada em não deixar a população desassistida e, apesar da pior crise pela qual o setor atravessa, tem feito todo o esforço para manter a frota com segurança nas ruas. Os veículos por vezes sofrem vandalismos. Sempre que identificados pela empresa, os danos são reparados para que os ônibus estejam em condições seguras para os passageiros.”

A Secretaria Municipal de Transportes reitera que qualquer tipo de reclamação sobre ônibus ou outro transporte público deve ser feita para a Central de Atendimento da Prefeitura, 1746.

"Nossos fiscais seguem atuando de forma constante em garagens, terminais e nas ruas com o objetivo de verificar os serviços oferecidos aos usuários e coibir possíveis irregularidades. A população merece se deslocar pela cidade com conforto e segurança", ressaltou a secretária municipal de Transportes, Virgínia Maria Salern.

Com informações: O Dia

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