Portugal. Metrô do Porto vai lidar com fraude de bilhetes sem identificar infratores
A Hitachi Consulting foi a empresa escolhida para testar um sistema inovador no Metro do Porto: detetar as pessoas que não validaram bilhete em estações onde não existem barreiras físicas.
A solução vai ser testada entre setembro e meados de outubro na estação Casa da Música e será utilizada nas 14 estações subterrâneas da transportadora em meados de 2020.
A deteção dos passageiros será feita com sensores Lidar, colocados no teto da estação. “Conseguimos saber se as pessoas validaram ou não o bilhete e mesmo se fizeram mal a validação”, explica Jorge Antunes, diretor de desenvolvimento de negócio da Hitachi Consulting para as regiões da Europa, Médio Oriente e África.
Esta tecnologia consegue detetar os problemas de validação mesmo sem identificar os utentes infratores, por questões de privacidade. O sensor regista o volume corporal dos passageiros a partir de uma zona estimada. A cada pessoa corresponde um determinado número de pontos. Cada sensor estará equipado com um processador para conseguir “separar a mãe que vai com o filho ou a pessoa que está na cadeira de rodas”.
O sistema também terá de encontrar os jovens até aos 15 anos, que terão transporte público gratuito no concelho do Porto já a partir de setembro. Sempre que for detetado um problema, será mostrada uma imagem na parede da estação e será emitido um aviso sonoro. Mas a empresa japonesa garante que o alerta “será muito suave e pela positiva. Servirá mais para educar as pessoas porque muitas vezes não validam por esquecimento”.
Apesar da pedagogia, o Metro do Porto também vai apostar nesta solução para conseguir detetar mais pessoas que não validam bilhete. A empresa apenas consegue “controlar 5% dos passageiros transportados”.
A partir de setembro, sempre que o sistema detetar que há muitos bilhetes por validar, “a equipa de fiscalização será enviada para a zona” em que os problemas forem detetados. O objetivo é aumentar a taxa de autos emitidos por fiscalização, de apenas 1,5%, escreveu em maio o JN. Só na estação Casa da Música serão instalados oito sensores Lidar.
As informações serão armazenadas através do sistema de cloud Azure, graças a uma parceria entre a Hitachi e a Microsoft. Uma equipa da empresa japonesa em Lisboa irá analisar os dados recolhidos.
Sistema inédito
O sistema testado na estação Casa da Música “nunca foi utilizado num sistema de metropolitano”. Habitualmente, estes sensores são utilizados, por exemplo, para avaliar o fluxo de pessoas que frequenta uma praça ou então para avaliar o comportamento dos clientes dentro de lojas ou supermercados.
Além do desafio da novidade, a Hitachi teve de superar o obstáculo do tempo. “Soubemos deste concurso menos de 48 horas antes do fim do prazo da entrega das propostas.” Mesmo com uma “direta” acabou por ganhar a mais de uma dezena de candidatos.
Fonte: Dinheiro Vivo
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