Vitória-ES. Transcol perde mais de dois milhões de passageiros

Ônibus do sistema Transcol:  queda mais acentuada no número de passageiros foi registrada em 2017 (Foto: Ademir Ribeiro/ Arquivo AT/ 13/09/2014)
Foto: Ademir Ribeiro/ Arquivo AT

Desemprego, falta de conforto, insegurança e oferta de outros meios de transporte estão fazendo com que muitos moradores da Grande Vitória deixem de andar de ônibus.

Dados do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) revelam que o sistema perdeu 2.455.101 passageiros nos últimos cinco anos. Por dia, o número equivale a uma média de 16.300 usuários.

O levantamento foi feito entre 2014 e 2019, levando em conta o período de janeiro a maio de cada ano. A queda mais acentuada, segundo o sindicato, foi em 2017.

“As principais causas estão relacionadas à crise econômica, que se arrasta desde 2014, e, como consequência, provoca o aumento do desemprego, o que impacta de forma significativa no número de pessoas que utilizam o coletivo”, justificou o sindicato em nota.

Outro fator apontado pelas empresas é o tempo de jornada dentro dos coletivos.

“O número de carros nas ruas é cada dia maior e os ônibus precisam disputar espaço nas vias com os automóveis, o que faz com que a velocidade média seja de 15 quilômetros por hora”.

Especialistas em trânsito apontam, principalmente, a falta de conforto, a insegurança e a disputa com outras opções mais favoráveis como motivos para a queda no número de usuários do Sistema Transcol.

“A queda de 15% não leva em consideração o aumento da demanda populacional nos últimos anos. Se levarmos em conta o crescimento da população, esse número é ainda maior, chegando a 25%”, destacou o engenheiro civil Renato Prandina, especialista em transporte.

Ele destacou que um dos principais motivos para a redução dos passageiros é a insegurança dentro dos ônibus, além do desconforto.

“Hoje, só anda de ônibus quem não tem outra opção com melhor custo-benefício. O que está faltando é modernizar o sistema e integrar o ônibus com outros modais”.

Já a mestra em Engenharia Civil com ênfase em Transporte Valéria Ribeiro Calisto destaca a falta de conforto. “Se a pessoa passa muito tempo dentro do ônibus, tem o desconforto de ficar em pé depois do dia cansativo. Então, o passageiro acaba escolhendo modais que tenham melhor custo-benefício”.

Fonte: A Tribuna

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