Ônibus de Recife devem ter ar-condicionado até 2023 e passagens podem ficar mais caras

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A Câmara de Vereadores do Recife aprovou em plenário, na segunda-feira (27), por unanimidade, o substitutivo ao projeto de lei que determina a instalação de ar-condicionado em 100% da frota de ônibus que circulam no Recife, até 2023. Um anseio antigo dos recifenses, mas que deve vir acompanhado por reajuste no preço das passagens.
Em nota técnica enviada aos vereadores, o Grande Recife Consórcio sinalizou a possibilidade de reajuste de R$ 0,33. "Eu discordo desse aumento. A passagem aumenta todos os anos e nós temos somente 10,8% dos ônibus do Recife com ar-condicionado”, apontou o vereador Alcides Teixeira Neto (PRTB), autor do projeto de lei.
Para que o PL fosse aprovado e seguisse para a sanção do prefeito Geraldo Julio foi necessário um substitutivo, ou seja, uma proposta de nova redação ao projeto, de autoria do vereador Samuel Salazar. Ao passar pelas comissões de constituição e Justiça, Finanças e mobilidade urbana o prazo de seis meses, previsto originalmente no projeto, foi modificado para quatro anos. Desse modo, havendo a sanção de Geraldo Julio, a partir de outubro deste ano, os ônibus já começam a seguir a nova norma. Até outubro de 2020, 25% da frota já tem que estar adequada às regras, com outros três aumentos sucessivos do mesmo percentual até a conclusão de 100% dos ônibus em 2023. "Acredito que o projeto será sancionado, contamos com a sensibilidade do prefeito Geraldo Julio”, frisou Salazar.
O analista de sistema, Vinícius Santana, 27 anos, mora na Boa Vista e trabalha no bairro do Recife. Por dia, utiliza dois ônibus para se deslocar, além dos finais de semana, quando precisa do transporte para o lazer. "O ar-condicionado seria muito útil, ainda mais nos ônibus lotados que temos no Recife. Para mim, aumentar a passagem para ter isso não pesaria muito, mas têm muitas pessoas que pegam cinco, seis ônibus por dia, e para eles pesaria bastante”, afirmou.
Grande Recife
À Folha de Pernambuco, o diretor de operações do Consórcio Grande Recife, André Melibeu, afirmou que o valor de R$ 0,33 foi estipulado após a divisão do valor do investimento necessário para colocar ar-condicionado em toda a frota, R$ 21,4 milhões, pelo número de passageiros do Recife que utilizam as 75 linhas que circulam dentro da capital e não fazem parte do Sistema Estrutural Integrado (SEI), que tem outros municípios no trajeto.
Para ele, caso a lei seja mesmo sancionada, isso poderia gerar a necessidade de estipular uma tarifa diferenciada para o recifense. "Geraria uma tarifa para Recife e outra para o sistema. Não teria mais tarifa única, seriam duas. Esses passageiros (das linhas de Recife) teriam uma tarifa diferenciada, seria como o opcional”, apontou Melibeu, ressaltando que uma outra opção poderia ser a divisão entre quem é de Recife e quem não é de Recife. 

Fonte: Folha de Permambuco

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