Rio de Janeiro-RJ. Ao contrário do que diz Crivella, pesquisa da prefeitura não aprovou serviço de ônibus

A superlotação é um problema em comum dos BRTs Transcarioca e Transoeste há anos Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Foto: Jornal O Globo

Ao justificar que só iria intervir no BRT, o prefeito Marcelo Crivella alegou que a população estava satisfeita com o serviço prestado pelos demais serviços. Crivella citou uma pesquisa feita pela Controladoria Geral do Município (CGM), na qual teria constatado uma coisa diferente do que aparece no noticiário. A pesquisa está no site da CGM e na realidade foi feita há mais de um ano . E, ao contrário do que afirmou Crivella na terça-feira, apontou uma série de problemas.

Entre as principais reclamações estão: falta de informações sobre itinerários, intervalos irregulares das linhas e carência de limpeza nos coletivos. Quase 10% dos ônibus avaliados tinham problemas de conservação. Outro detalhe é que o estudo ocorreu quando a oferta de coletivos era bem maior. No ano passado, pelo menos três empresas fecharam as portas. Dificuldades financeiras levaram outras companhias a reduzir atividades e a oferta de coletivos.

- A satisfação das pessoas com os ônibus não é esse que aparece na imprensa. Nós fizemos um estudo seguindo critérios científicos que mostrou outra coisa. A insatisfação é com o BRT - disse o prefeito, em entrevista no Centro de Operações da prefeitura, na Cidade Nova.

Feita com o auxílio de voluntários, a pesquisa avaliou quatro itens - confiabilidade, conforto, atendimento e segurança que se dividiram em 16 subitens. O levantamento apontou deficiências no sistema tais como:

- Faltam informações sobre o itinerário das linhas nos pontos de ônibus. Na Zona Norte, essa deficiência atingia 91,3% das linhas da região. O melhor resultado foi na Barra, onde a falta de informação atingia 50,73% das linhas.

- O problema da ausência de informações dos itinerários se repete nos coletivos.Na Zona Norte, 99,1% dos ônibus não tinham a informação.

- O intervalo entre os ônibus de uma mesma linhas superava os 15 minutos previstos no contrato de concessão em 23,01% dos casos. Na Zona Oeste (Consórcio Santa Cruz), o intervalo máximo é ultrapassado por 37% das linhas.

- Também são inúmeros os casos de motoristas que não param nos pontos quando os passageiros sinalizam. O levantamento apontou 28,92% na Zona Sul, 25,87% na Zona Oeste, 18,88% na Zona Norte e 3,9% na região da Barra e de Jacarepaguá.

- 9,45% dos ônibus usados pelos voluntários foram avaliados como ruim ou péssimos. Na Zona Oeste (Consórcio santa Cruz), este percentual chegou a 13,24%.

- As condições de limpeza dos coletivos também deixaram a desejar em 36,99% das viagens feitas em toda a cidade. O pior resultado foi obtido pelas linhas que atendem a região da Barra, Recreio e Jacarepaguá (60,09% de reprovação).

- Nos ônibus equipados com ar-condicionado, 11,86% das viagens ocorreram em coletivos nos quais os equipamentos estavam quebrados ou desligados. No Consórcio Santa Cruz (Zona Oeste), este percentual chegava a 27,43%. 

- A maioria dos motoristas não usa o cinto de segurança. Na Zona Oeste (Consórcio Santa Cruz), esse percentual atingiu 98,01%.

- Nem sempre os motoristas respeitam a legislação de trânsito. Em 9,90% das viagens no Consórcio santa Cruz, os motoristas desrespeitaram as regras, seguidos de perto pelo Internorte (8,07%)

- Também foram muitas reclamações sobre coletivos que não param nos pontos. Na Zona Sul, isso correu em 38,31 % das viagens - contra 31,08 na Zona Norte.

O levantamento foi feito em outubro e novembro de 2017. A Controladoria Geral do Município recorreu a 34 voluntários sendo que dez eram portadores de deficiências. Ao todo, eles avaliaram 878 viagens de ônibus. O grau de confiança da amostragem é de 95% com margem de erro de 7%. No relatório, a CGm faz uma série de sugestões a secretaria municipalde Transportes para melhorar os serviços


Fonte: O Globo

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