São Paulo-SP. CPTM interrompe circulação de trens entre estações Pinheiros e Ceasa por risco de desabamento de viaduto

Trem da CPTM passa abaixo do viaduto que teve 2 metros cedidos na madrugada de quinta-feira (15) — Foto: TV Globo/Divulgação
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A circulação na Linha 9-Esmeralda está interrompida entre as estações Pinheiros e Ceasa por risco de desabamento do viaduto na Marginal Pinheiros, que passa por cima da linha de trem e cedeu dois metros na quinta-feira (15). As estações Villa Lobos-Jaguaré e USP-Cidade Universitária foram fechadas e podem ser reabertas na terça-feira (20), segundo o secretário transportes estadual, Clodoaldo Pelissioni.

A CPTM acionou o sistema Paese (ônibus gratuito) com a SPTrans para fazer a circulação do trecho interrompido. As viagens seguem entre Pinheiros e Grajaú e entre Ceasa e Osasco. Às 11h30 desta sexta, passageiros relataram que esperaram duas horas pelo ônibus na estação USP- Cidade Universitária.

Conforme o diretor da CPTM José Augusto Bissacot, o fechamento parcial da linha 9-Esmeralda começou às 10h desta sexta e deve perdurar, pelo menos, até a madrugada de quarta-feira, pois há um esforço conjunto do estado com a Prefeitura para melhorar a estrutura do túnel e permitir a retomada do serviço após o feriado prolongado.

Os passageiros foram supreendidos pelo anúncio da interrupção de circulação dos trens na manhã desta sexta. “É o único acesso que eu teria até o Ceasa, então não tem muito o que fazer. Ficamos aí a mercê, não tem o que fazer”, disse o passageiro Wildson Quinaglia.

“Fiquei surpresa. Eu uso essa linha de segunda a sábado. Estou pensando que caminho vou tomar agora, preciso chegar no meu serviço. Vou ver se acho um funcionário aqui para me orientar, mas por enquanto não tem ninguém. Aí fica difícil, né”, disse a representante de vendas Aparecida de Oliveira.
A pista expressa da Marginal Pinheiros está fechada desde o incidente, quando 5 veículos voaram quando trafegavam na pista, por volta das 3h30. O trânsito está sendo desviado para as três faixas da pista local. Desde a madrugada, equipes trabalharam no local para escorar a estrutura.

O secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Vitor Aly, falou com a imprensa na manhã desta sexta próximo ao viaduto.

"Nós passamos noite inteira monitorando, e percebemos uma movimentação agora pela manhã. Ouvindo especialistas, subimos nosso índice de criticidade da estrutura. Nós vamos acelerar os procedimentos de segurança, de apoio à estrutura, para que as pessoas possam trabalhar com segurança", disse Aly.




"Vamos diminuir o número de pessoas a trabalhar, para que possam trabalhar com segurança em condição crítica como essa. Antes que vocês perguntem se piorou a situação de estabilidade do viaduto, piorou. Se existe a possibilidade de ruína, existe a possibilidade de ruína", acrescentou o secretário.

A movimentação na estrutura se ampliou: às 8h eram 4mm de um lado e 5 mm do outro, às 10h, chegava a 7mm.

"Nós, inclusive, já ligamos para secretário Estadual de Negócios Metropolitanos e pedimos para a CPTM diminuir a velocidade do trem, que o trem estava vibrando e fazendo com que a estrutura se movimentasse. Então o momento agora é de criticidade, e nós vamos acelerar o processo de escoramento para que a gente consiga, após estabilizarmos a estrutura, dar prosseguimento ao trabalho de segurança e recuperação dessa estrutura", acrescentou o secretário.

Segundo Henrique Dines, professor e engenheiro civil especialista em pontes, o problema no apoio do viaduto pode ter sido a causa da queda da estrutura.

“O problema mais grave foi no rompimento da travessa, uma ruptura brusca, talvez por fadiga de materiais, por corrosão das armaduras, porque essa travessa se encontra exatamente numa junta de dilatação do viaduto e, talvez pela infiltração de água, com o tempo tenha ocorrido a corrosão das armaduras. O problema está no apoio”, afirmou o especialista.

De acordo com ele, as fissuras que foram encontradas no viaduto não parecem ter sido a causa do deslocamento da via. “Aparentemente essa fissura é consequência do problema que gerou essa ruptura no viaduto. O que rompeu na verdade foi o apoio do viaduto sobre o pilar extremo.”

Na quinta, técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) fizeram uma primeira vistoria de estrutura que cedeu. Eles verificaram uma fissura que se estende por todo o viaduto. A fissura é preocupante e demonstra que no ponto há um risco para a estrutura. O viaduto passa por cima da linha-9 e de um canteiro de obras da CPTM.

Fonte: g1 SP

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