Rio de Janeiro-RJ. Despadronização dos ônibus não é a solução para o transporte publico

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Mesmo com a medida adotada pelo Prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, que determinou a mudança do padrão visual dos ônibus da cidade, isto não resolve os problemas do transporte público. A medida prevê uma nova identidade visual para os ônibus, substituindo as cores que corresponde a cada Consórcio da cidade:  Intersul (Amarelo), Internorte (Verde), Transcarioca (Azul) e Santa Cruz (Vermelho). 
A medida foi adotada porque muitos passageiros tinham dificuldade para identificar os ônibus pelas cores. O problema principal não é identificar os ônibus, mas se esses estão prestando um serviço de qualidade ou não. Para retomarmos a época do Prefeito Eduardo Paes, algumas linhas foram extintas ou substituídas, principalmente na Zona Sul. Na Zona Oeste os problemas continuam os mesmos, ônibus com intervalos maiores, frotas precárias e poucas linhas para a Região. Os problemas se agravaram mais quando foi criado o sistema BRT (Bus Rapid Transporte) na Zona Oeste levando a reorganização e extinção de algumas linhas. A Região de Jacarepaguá na Zona Oeste foi uma das mais afetadas, para piorar mais a situação, três empresas da Região deixaram  de operar por motivo de falência: Santa Maria, Litoral Rio e Translitoral. Mesmo com o plano de contingência adotado pela Prefeitura, a quantidade de ônibus para operar nas linhas que eram operadas pelas três empresas falidas não é suficiente para suprir a demanda. Na Zona Sul, as linhas que eram operadas para Transportes São  Silvestre foram transferidas para as empresas Braso Lisboa, Alpha e Auto Viação Tijuca, mesmo assim ainda tem linhas que não voltaram a circular. Hoje o problema mais grave nos ônibus no Rio de Janeiro vai além da identificação visual dos ônibus, não importa a cor dos ônibus, mas sim a qualidade dos serviços.
Hoje a prefeitura ainda tem muitos desafios para melhorar a qualidade do Transporte Publico na cidade do Rio de Janeiro como climatizar em 100% os ônibus da cidade, melhorar a qualidade das frotas na Região da Zona Oeste, aumentar a fiscalização em todas as  empresas que estão operando, permitir apenas que empresas de qualidade continuem operando, com isso melhorando a qualidade dos ônibus.  

Texto: Jorge Mattos
Corredores dos Transportes     

A imagem pode conter: Jorge Mattos, sorrindo, óculos
      
O texto é uma publicação de Jorge Mattos
Rio de Janeiro-RJ
Professor de História e Sociologia 
Graduação em História pela UFRRJ
Mestrado em Ciências Sociais pela UFRRJ
Pesquisa em Transporte Público 

Comentários

  1. Pode até não ser solução, mas esconder a identificação de empresas também não é. Se existe licitação, a população deve conhecer o resultado. As autoridades tem a obrigação de facilitar ao máximo a identificação das empresas de ônibus de cada cidade. Não é a prefeitura que opera e sim as empresas, por meio do sistema de concessão.

    O mito de "perfeição" do transporte curitibano, que inspira os sistemas padronizados, deve ser desmontado. Aliás, o mito da "perfeição" de Curitiba, reforçado durante o golpe político de 2016, deve ser totalmente destruído. Curitiba não é o paraíso.

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