Rio de Janeiro-RJ. Mesmo parada, obra na Avenida Brasil faz tempo de viagem nos ônibus subir 60%

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O carioca que mora na Zona Oeste e trabalha no Centro passa, em média, mais de quatro horas por dia dentro do ônibus, considerando os trajetos de ida e volta. Se ele for de Bangu, a situação é pior ainda. Para esses, o tempo de viagem subiu 60%, de acordo com dados de GPS de ônibus municipais e intermunicipais. Isso, desde que as obras de implantação do corredor de BRT Transbrasil começaram, no fim de 2014.
— A gente pega engarrafamento todo dia. É preciso concluir a obra logo ou achar solução para diminuir os transtornos — apela o desenhista Edvaldo Ferreira, de 56 anos, morador de Bangu.
O levantamento mostra ainda que os congestionamentos provocados pelas interdições aumentaram, em até 45 minutos, o tempo médio de viagem entre os municípios da Baixada Fluminense — como Nova Iguaçu, Queimados, Duque de Caxias e Magé — e o Centro do Rio. Esse tempo pode chegar a uma hora e dez minutos no pico do rush da manhã, às 7h. Situação semelhante acontece no fim do dia, quando o movimento de volta para casa é intenso.
O drama dos passageiros está longe do fim, já que a previsão é de que todo o sistema só fique pronto em 2020. Ainda assim, se for cumprida a promessa feita pelo prefeito Marcelo Crivella, nessa semana, de retomada dos trabalhos nos canteiros até meados deste mês.
— Os engarrafamentos já viraram rotina. Perco duas horas ou mais no trânsito todos os dias. Se a obra vai contribuir para melhorar o tráfego, só o tempo dirá. Pego o ônibus na altura da Penha e desço na Dutra. Quem pega da Central até Campo Grande sofre muito mais. tenho saído de casa cada vez mais cedo e, ainda assim, às vezes, ainda chego atrasado no trabalho — reclama o soldador Luis Cláudio Faria Boni, morador de Duque de Caxias.
Enquanto os veículos enfrentam trânsito nas pistas laterais, chamam atenção os 4 km centrais, entre a Cidade Alta e Ramos, por onde passarão os articulados sentido Centro, praticamente prontos e sem uso. Algumas empresas defendem a abertura do trecho, após intervenções simples, como sinalização horizontal (pintura na pista) e vertical (placas). O espaço já é usado por motociclistas para fugir do trânsito. As viações vêem a solução como paliativo enquanto a obra não fica pronta, podendo reduzir a viagem em, pelo menos, 20 minutos.
— É uma distância considerável. Havendo condições de abrir, a prefeitura deveria fazê-lo. Pode ajudar a melhorar o tráfego — avalia o engenheiro José Oliveira Guerra, especialista em planejamento e operações de sistema de transportes, acrescentando que, numa obra dessa dimensão, é normal liberar os trechos por etapas.
Secretaria diz que obra voltou, apesar de não ter homens na pista
Apesar de não haver sinal ainda de trabalhos na pista, a Secretaria municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação alega que “está errado dizer que (a obra) será retomada até meados do mês”. De acordo com a pasta, os trabalhos recomeçaram já na segunda-feira. “Ação dentro do canteiro com preparo do concreto que será aplicado nas pistas é intervenção de obra e faz parte do cronograma”, diz em nota.
Sobre o trecho entre a Cidade Alta e Ramos, afirma que ainda não pode ser aberto ao trânsito pois é usado como logística para a obra.
Duas paralisações longas
A obras sofreram duas paralisações longas: de nove meses, entre agosto de 2016 e abril de 2017, e, a última, desde março, que já dura mais de cinco meses.
Dados do Corpo de Bombeiros mostram que a Brasil é a via com mais acidentes na cidade. Não foram divulgados números de 2018, mas de 2016 para 2017, a quantidade subiu 23%. Motoristas reclamam de obstáculos na pista e sinalização precária.
Antes de o prefeito anunciar oficialmente a retomada das obras, o EXTRA mostrou o abandono do trecho em que ocorrem as intervenções. Até dois grandes piscinões se formaram no local.
Desde dezembro de 2017, as quatro faixas da pista central, no sentido Centro, estão interditadas entre as passarelas 9 e 19 (de Cordovil a Ramos). O mesmo trecho, sentido Zona Oeste está em mão dupla. Pronto, o BRT terá 39 km de extensão, de Deodoro ao Terminal Américo Fontenelle, atrás da Central do Brasil.
Fonte: Jornal Extra

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