Pelotas - A perspectiva regional do Plano de Mobilidade Urbana

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A lei federal 12.587/2012 determina que as cidades com mais de 200 mil habitantes, que não possuírem um plano de mobilidade, aprovado na esfera municipal, ficarão impossibilitadas de acessar recursos da união, emendas parlamentares e empréstimos nacionais e internacionais. O deslocamento na zona urbana é necessário para as atividades laborais, estudo, tratamento de saúde, lazer, acesso de bens de consumo e de serviço.
A partir de 1950 teve início o incentivo ao transporte particular por automóvel, sob o argumento de desenvolver a industrialização do Brasil, deixando de ser eminentemente um país agrícola. As nossas ruas mantêm-se com a mesma largura há décadas, algumas centenárias, e com o aumento constante da frota de veículos o congestionamento é inevitável.
A resposta tradicional aos problemas de engarrafamentos passa pelo aumento da capacidade viária que estimula a utilização do automóvel, gerando novos congestionamentos, alimentando um círculo vicioso responsável pela degradação da qualidade do ar, comprometimento da qualidade de vida nas cidades, aumentando os níveis de ruídos, a perda de tempo, a degradação do espaço público, os acidentes e o estresse.
Pensar na estrutura viária e no alargamento de ruas e avenidas não resolve o problema. Seria como tentar resolver o problema da obesidade comprando uma roupa maior. Temos que pensar e planejar alternativas, lembrando que não é possível proibir o uso do automóvel considerando a questão de liberdade proporcionada pelo mesmo.
Recentemente, a apresentação da esquadrilha da fumaça da FAB, no Laranjal, causou um engarrafamento nunca visto na avenida Adolfo Fetter. Se nada for feito no presente, tivemos uma amostra no que poderá se transformar nossa mobilidade num futuro próximo.
A Zona Sul tem aproximadamente um milhão de habitantes, Pelotas deve pensar no processo de interligação entre as cidades de abrangência. Estimular e prever o crescimento de outros modais para o transporte de cargas e de passageiros é necessário. O transporte por aeronaves nos aproxima e encurta distâncias, movimentação de cargas por nossa bacia hidrográfica, barcos velozes para o transporte de passageiros, assim como o deslocamento por trilhos.
Devemos analisar bem a especificidade da nossa região e aprender com os acertos e também com os erros das experiências das metrópoles como Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Belém. Estamos fazendo uma radiografia da nossa região, para então aplicarmos as melhores alternativas de modo que não inviabilize ou comprometa financeiramente em demasia o município.
Entendemos que este plano somente será viável e exitoso se ouvirmos os agentes políticos, gestores, técnicos e interessados em mobilidade. Ao participar, contribuem decididamente para a construção do bem coletivo. Por esta razão, conclamamos a todos que participem do Seminário Mobilidade regional - Atualidades e perspectivas, que será realizado na quarta-feira, dia 18, na prefeitura. Estamos imbuídos na elaboração do plano para auxiliar no presente e aos futuros gestores com revisões e correções periódicas. A mobilidade não termina com este plano e sim será o seu início.
Luiz van der Laan - diretor executivo da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito e coordenador da Comissão do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas
Fonte: Diário Popular

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