Prefeitura de Niterói quer subsidiar veículos elétricos do BHLS para evitar aumento da tarifa

Fábio Guimarães / Agência O Globo

Hoje, o Túnel Charitas-Cafubá completa um ano de inauguração. No entanto, a abertura da passagem que encurtou a distância entre a Zona Sul e a Região Oceânica é apenas parte de um projeto maior, com vistas a privilegiar o transporte coletivo, e que a prefeitura pretende pôr em execução até o fim do ano. Com a remodelagem das pistas da Estrada Francisco da Cruz Nunes quase concluída, o município agora trabalha para licitar a construção das nove estações restantes do corredor BHLS (sigla em inglês para Bus with High Level of Service ou ônibus de serviço de alto nível) e negocia com os empresários do consórcio TransOceânico os moldes do serviço, que terá um custo de operação maior. Segundo o prefeito Rodrigo Neves, não haverá aumento da tarifa. Para isso, o município estuda uma forma de subsidiar metade da frota de novos veículos, que serão movidos a energia elétrica.


— A secretaria de Fazenda está avaliando as possibilidades de aquisição pelo município de parte da frota, para reduzir os custos do consórcio e fazer com que não haja aumento nas passagens. Estamos trabalhando para que não haja o realinhamento da tarifa além do previsto em contrato, que é o reajuste anual da inflação — afirma o prefeito.
As tratativas entre a prefeitura e os empresários passam pela quantidade de veículos necessários para operar no trajeto em que, atualmente, circulam quatro linhas — 38 (Centro/Itaipu), 38A (Centro/Engenho do Mato), 39 (Centro/Piratininga) e 40 (Centro/Maceió). Mesmo o município arcando com a aquisição da frota elétrica, o consórcio ainda encontra dificuldades para equilibrar os custos, já que terá que comprar a parte da frota de veículos movida a diesel, que tem piso mais baixo, portas dos dois lados e custo de manutenção maior. O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj) diz que representantes do consórcio estão otimistas e trabalham para que o sistema comece a operar ainda este ano.
Para que o novo modelo seja implantado, ainda restam a construção de nove estações de embarque e desembarque de passageiros. A prefeitura chegou a anunciar em novembro a licitação para a construção, que tem custo estimado de R$ 36,7 milhões, mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu adiar o certame, entre outros motivos pela ausência na proposta de definição dos custos unitários de cada estação. Rodrigo Neves diz que a prefeitura pretende lançar um novo edital nos próximos meses.

A obra completa da Transoceânica já está 17,6% mais cara do que o valor inicial, de R$ 310 milhões. Depois de uma série de aditivos ao contrato firmado com o consórcio Constran-Carioca-Transoceânica, que incluiu a construção de um sistema de macrodrenagem para o Morro do Jacaré, a implantação de novas galerias no trecho entre o Cafubá e Piratininga e outras intervenções que não constavam no projeto inicial, o custo atual é de R$ 417,6 milhões. Devido aos aditivos, o prazo de entrega, previsto inicialmente para setembro de 2016, foi estendido para novembro deste ano.

— Os aditivos ficaram abaixo da média no Brasil para uma obra dessa magnitude. A obra é mais que o túnel, é um conjunto de investimentos em infraestrutura e logística. Começamos em 2016; e na Francisco da Cruz Nunes, em 2018, cumprindo o cronograma. Não foi simplesmente uma pavimentação; foram implantadas galerias como se fossem rios canalizados por debaixo da via, que era uma estrada precária que inundava e não tinha calçada — explica o prefeito.

Fonte: O Globo


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