Salvador-BA. Ônibus queimados não tinham seguro e empresa fala em prejuízo de R$ 10 mi

Foto: Alessandra Lori | Ag. A TARDE

Um incêndio destruiu 62 ônibus na garagem da empresa Consórcio Salvador Norte (CSN), durante a madrugada desta segunda, 29, na localidade Parque Bela Vista, em Brotas.
De acordo com informações de administradores do sistema de transportes por ônibus da capital, o prejuízo gira em torno de R$ 10 milhões, pois além dos veículos há a perda de receita na operação.
Os ônibus não estavam cobertos por seguro, uma tendência nacional porque as empresas do ramo não têm aceitado assumir o risco diante dos constantes atentados contra os veículos em vários estados.
Era por volta de 0h20, quando o Corpo de Bombeiros recebeu o chamado para apagar o fogo, que só foi controlado por volta das 4h, segundo os registros do Centro Integrado de Comunicações da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
De acordo com informações do diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, o fogo teria sido iniciado em um veículo e se alastrou para os demais, todos abastecidos de combustível na noite de domingo para circularem pela manhã.
Segundo o titular da Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), Fábio Mota, a frota reserva de 90 veículos foi acionada para suprir as linhas.
As rotas circulam pelos bairros da Pituba, Boca do Rio, Vale das Pedrinhas, Santa Cruz, Nordeste de Amaralina e Brotas.
Substituição
O secretário informou que, para suprir a perda dos veículos queimados total ou parcialmente, “precisamos substituir 78 ônibus para não deixar a população desassistida”.
Moradora do Nordeste, a vendedora Alice Pinto, 34 anos, trabalha na região da Avenida Antônio Carlos Magalhães e disse não ter sentido ausência dos ônibus. “Para falar a verdade, no meu caso, não senti muita diferença na espera em relação ao que estou acostumada”, contou.
Por meio de nota, a CSN destacou o fato de ninguém ter se ferido. “Apesar da tristeza no rosto das pessoas, a solidariedade e o comprometimento de amigos e colaboradores farão com que a família CSN continue cada vez mais unida”, consta no texto divulgado.
Pela manhã, policiais do Departamento de Polícia Técnica (DPT) estiveram na garagem da CSN para fazer a perícia que deverá identificar as causas do incêndio.
Segundo informações da Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela 6ª Delegacia Territorial (Brotas).
Explosões
Por estarem com os tanques cheios de óleo diesel, alguns veículos chegaram a explodir, o que deixou moradores próximos apreensivos, a exemplo da aposentada Laura Bonfim, 64 anos, que reside a poucos metros do local do incêndio, no Conjunto dos Comerciários.
“Quem estava dormindo acordou assustado com o barulho das explosões. Não sabíamos do que se tratava. Havia apenas um clarão”, detalhou a moradora.
“Além do fogo, o ar foi ficando repleto de fuligem e ficamos com dificuldade para respirar. Tivemos que fechar todas as janelas do apartamento”, lembrou a idosa.
Segundo informou Daniel Mota, apenas seis veículos conseguiram ser retirados do pátio. “Depois de estacionados, os ônibus ficam sem espaço para manobrar. Quase não dá para passar uma pessoa entre um ônibus e outro”, descreveu.
Fora das ruas
O dirigente contabilizou que cinco trabalhadores – dois cobradores e dois motoristas, por turno, além de um mecânico – se revezam nas atividades em cada veículo. Nesse sentido, pelo menos 125 rodoviários deixaram de trabalhar ao longo da manhã desta segunda.
“A expectativa é muito grande entre os trabalhadores da empresa depois desse incêndio. Todos estão apreensivos quanto ao risco de uma possível demissão”, lamentou Daniel Mota.

Informações: A Tarde

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