Rio de Janeiro-RJ. Dívida de patrão é paga com ônibus articulado do BRT


A aparição de um ônibus articulado utilizado do sistema BRT, no bairro do Jóquei, em São Gonçalo, chamou a atenção de moradores e despertou a invenção de uma série de boatos sobre a chegada do veículo, de uso exclusivo na capital fluminense. O município da Região Metropolitana não dispõe de serviço do BRT e o modelo do coletivo não é utilizado nas linhas regulares da cidade.
Muitas pessoas aproveitaram a novidade para compartilhar notícias falsas em páginas do Facebook ou pelo aplicativo Whatsapp. Em uma das postagens, internautas disseram que o ônibus havia sido roubado por cerca de 100 bandidos, que fugiram do Rio para o município da Região Metropolitana. Mas tudo não passava de boato, desmentido pela PRF, consórcio BRT e por um representante da empresa que era dona do coletivo.
O ônibus, fora de circulação, pertencia a empresa de transportes Santa Maria, que operava na capital fluminense, e encerrou as atividades em abril do ano passado, devido à crise financeira. Quando fechou as portas, a viação mantinha 626 funcionários e respondia à diversos processos trabalhistas. Em uma das ações, a Justiça determinou a penhora de um dos ônibus da frota de 36 carros que operavam no sistema BRT, como forma de garantia de pagamento. O diretor da empresa Santa Maria, Paulo Valente, descartou a possibilidade de roubo e afirmou que o veículo foi leiloado. "Esse foi o primeiro ônibus comprado para a frota e era o único que estava quitado. Foi usado como garantia de pagamento. Os outros estavam alienados e foram devolvidos ao banco", explicou.
Segundo Valente, o leilão ocorreu há três meses, mas os trâmites burocráticos foram concluídos na semana passada. "O novo dono do veículo esteve na garagem da empresa acompanhado de um oficial de Justiça, na última sexta-feira. Como o ônibus estava sem bateria, ele foi levado em um guincho para São Gonçalo", detalhou. Valente deu dicas sobre o que o novo proprietário poderá fazer para angariar fundos com seu novo veículo. "Muitos especialistas no assunto compram os veículos mais baratos em leilão, desmancham e vendem as peças separadamente. O comprador também pode adaptar o ônibus para utilizar como veículo de festa ou transformar em um grande food truck. O ônibus pode ser vendido também", opinou.
O presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Rio (Sintraturb-Rio), Sebastião José da Silva, se mostrou surpreso com o ônibus em São Gonçalo. "Nunca vi esse tipo de situação", comentou, afirmando que as dívidas trabalhistas com os 626 trabalhadores da Santa Maria foram parcialmente quitadas. Falta o débito referente ao FGTS. O imbróglio, diz ele, deverá ser resolvido esta semana. O Consórcio BRT confirmou que o ônibus não fazia mais parte da frota e não havia sido roubado.
Informações: O Dia

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