Brasília-DF. Metrô-DF investe, em 2017, cinco vezes mais do que nos últimos anos
O volume de investimentos no sistema metroviário do DF foi cinco vezes maior em 2017, comparando-se com os últimos anos. De R$ 4,5 milhões anuais, em média, de 2013 a 2016, por exemplo, o número aumentou para R$ 22,2 milhões no ano passado. Os dados constam da execução orçamentária da Companhia do Metropolitano do DF e comprovam o histórico do baixo número de investimento no sistema em operação no decorrer de anos anteriores. Mas, mesmo diante desse baixo número, das 100 mil viagens em 2017, apenas 0,081% geraram falhas que provocaram atraso em mais de 15 minutos em horários de pico, que é resultado de uma série de ações estratégicas adotadas na Operação e na Manutenção desde 2015.
Informações da Diretoria Financeira e Comercial da companhia apontam que, de 2012 até 2015, os investimentos na ação de manutenção e operação do Metrô ficaram abaixo de R$ 500 mil por ano. Em 2016, com a redução de gastos na empresa e no valor do contrato de manutenção, foram investidos R$ 1,2 milhão em 2016 e R$ 4,7 milhões em 2017, para substituição de peças e mobiliário. “Em 2017 foi possível reforçar os investimentos na melhoria dos equipamentos disponíveis para a manutenção graças ao esforço do atual governo para regularizar a situação fiscal e organizar o gasto público”, informou o diretor Financeiro e Comercial do Metrô-DF, Gilberto Pompílio.
A programação de investimentos em melhorias e ampliação do sistema tem sido possível desde 2016 porque a atual gestão da empresa conseguiu aprovação, em 2015, de toda a documentação técnica na Caixa Econômica Federal, fundamental para garantir o repasse dos recursos pelo Governo Federal (PAC Mobilidade/Ministério das Cidades). No entanto, a empresa ainda aguarda a liberação dos recursos.
O Governo do DF destinou, no Orçamento de 2017, R$ 192,7 milhões para investimentos totais na companhia em 2017. Mas grande parte desse montante seria proveniente de operações de crédito, não realizadas, e recursos do governo federal, não repassados.
No entanto, enquanto o dinheiro do Governo Federal não sai, o Governo de Brasília viabilizou a destinação de recursos do Banco do Brasil para o Metrô-DF para dar início à modernização. Em abril de 2017, foram destinados, aproximadamente, R$ 19 milhões para a execução dos contratos da modernização da Linha 1. “Caso fosse mantido o que havia sido planejado até 2014, a
Modernização da Linha 1 estaria ainda nas prateleiras de “projetos aprovados” pelo Governo Federal”, explicou a Diretora Técnica do Metrô-DF, Daniela Diniz. De 2011 até 2015, não houve investimento na ampliação do sistema metroviário ou na modernização da Linha 1 (atualmente em operação).
Além do enfoque na Modernização da Linha 1, o Governo de Brasília e o Metrô-DF têm buscado recursos para concluir as estações da Linha 1, inacabadas e sem servir à população desde 1992 – ano do início da construção. As obras de finalização começam, ainda neste semestre, nas estações 106 Sul, 110 Sul e Estrada Parque. Também haverá licitação para adequação da Estação Arniqueiras, terceira com o maior fluxo de usuários e que ainda não tem escadas rolantes. Pesquisa realizada pela Ouvidoria do Metrô e enquete produzida pela rádio CBN indicam que a expansão do Metrô é a principal demanda da população do DF.
O aumento do investimento iniciado em 2017 com continuidade prevista para este exercício de 2018 não está onerando o caixa do GDF, tendo em vista a melhoria dos gastos correntes da companhia. “Nosso primeiro ato ainda em 2015 foi a revisão dos contratos vigentes, o que nos permitiu uma redução de mais de R$ 50 milhões nos contratos de manutenção, sem perder a eficiência e a segurança do sistema”, afirmou o presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado.
A despesa corrente total da companhia, incluindo todos os contratos vigentes, levaram a uma redução total no custo de operação de 13%, equivalente a R$ 4,2 milhões/mês, comparando-se o exercício de 2017 com 2015.
Manutenção e operação
Para garantir melhor atendimento à operação, a manutenção do Metrô-DF foi reformulada, com novos indicadores operacionais e de manutenção. Por exemplo, o Índice de Regularidade (IR), que afere a relação entre Viagens Realizadas (VR) e Viagens Programadas (VP). “Desde 2015, em média, mais de 97% das viagens programadas (VP) são viagens realizadas (VR), ou seja, ofertadas efetivamente à população, atestando um nível de regularidade muito satisfatório”, afirmou o diretor de Operação e Manutenção do Metrô-DF, Carlos Alexandre da Cunha
Segundo o diretor, o Índice de Regularidade (IR) é resultado direto da melhoria na manutenção do Metrô-DF. Atualmente, a empresa conta com 28 trens operacionais, mesmo que apenas 24 possam circular em horários de pico.
Carlos Alexandre da Cunha destaca que o número global de falhas nos trens diminuiu ao longo dos três últimos anos. Apesar disso, cresceu o número de incidentes notáveis (INs) em função da degradação e obsolescência dos sistemas operacionais. O que caracteriza os INs é o tempo de paralisação do sistema metroviário. “Como nossos sistemas de comunicação e transmissão de dados a cada ano que passa se degradam mais, por estarem obsoletos, o tempo de atuação nas falhas tem se estendido e o número de IN tem aumentado”, explicou o diretor. No entanto, isso não significa aumento no número de falhas.
Para superar esse cenário, Carlos Alexandre afirmou que o novo sistema de comunicação e transmissão de dados já foi licitado e contratado, com previsão de conclusão em abril desde ano. Ele explica, ainda, que a mão-de-obra contratada empregada na manutenção é praticamente a mesma ao longo dos últimos 10 anos, uma vez que as novas empresas quando são contratadas absorvem o corpo técnico da empresa anterior. Além disso, o gerenciamento da manutenção hoje é realizado por técnicos concursados do Metrô-DF, o que não ocorria anteriormente.
A qualificação dos técnicos garantiu a instalação dos painéis nas plataformas das estações que informam o horário exato de saída e chegada dos trens, tecnologia desenvolvida pelos profissionais da companhia.
Segundo ele, em 2007 e 2008, o Metrô gastava o dobro do que gasta hoje com custeio da manutenção e foram registrados mais incidentes notáveis do que este ano. “Portanto, não há nexo causal entre o aumento de incidentes notáveis com a redução do custeio da manutenção”, disse o diretor.
As áreas técnicas foram beneficiadas no ano passado com a convocação dos aprovados do último concurso, realizado em 2013. Já tomaram posse 63 empregados de um total de 188 que serão chamados até maior de 2018.
Informações: Metro DF
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