Rodoviários do Rio de Janeiro prometem greve por tempo indeterminado


Em uma semana marcada por reviravoltas na situação dos transportes públicos do Rio de Janeiro, a cidade pode enfrentar paralisações no sistema de ônibus. Nesta segunda-feira, motoristas e cobradores se reúnem para decidir se vão parar por tempo indeterminado, em um protesto por demissões no setor, falta de negociações do reajuste salarial, além de atrasos no pagamento de salários e benefícios.
Além da ameaça de fechamento de 22 estações do sistema BRT entre Campo Grande e Santa Cruz, no corredor Transoeste, a Justiça determinou uma nova redução nas tarifas, de R$ 3,60 para R$ 3,40 (entenda as reduções e aumentos recentes das passagens). E, no fim de outubro, uma portaria da Secretaria municipal de Transportes causou confusão ao liberar o itinerário de vans nas zonas Norte e Oeste, decisão revista logo em seguida.
De acordo com Sebastião José, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), o setor já foi penalizado com a perda de mais de cinco mil postos de empregos somente de janeiro a setembro deste ano, o que significa um encolhimento na faixa de 17%. Para o sindicalista, o desemprego e a crise financeira fazem parte do problema, mas ele também atribui parte da culpa às recentes decisões judiciais que reduziram as tarifas:
— Nós tivemos uma queda estrondosa no número de passageiros por causa do desemprego. Só que cerca 82% das pessoas que utilizam os ônibus têm vale-transporte, que é um benefício garantido por lei. Mas os 6% descontados do salário do trabalhador não mudaram. Então quem é que economizou na passagem? — questiona.
Sebastião afirma que, em seus 37 anos como rodoviário, esta é a pior crise pela qual o setor já passou: pelo menos metade das empresas estão com alguma forma de dívida em relação aos seus empregados. Alguns trabalhadores estão com até três meses de atrasos salariais; outros, não veem o recolhimento do FGTS e INSS há quase um ano. Para ele, a perspectiva é de “caos no transporte público”.
— A situação está tão complicada que profissionais de várias empresas já comunicaram ao sindicato que elas não terão condições de pagar o décimo terceiro dos funcionários, o que trará um dezembro negro para todos. Ainda recebemos a informação de que aproximadamente 600 ônibus devem sair de circulação por já estarem velhos, liberando dessa forma o transporte alternativo principalmente na Zona Oeste. E isso traz a possibilidade de 1.200 trabalhadores serem dispensados — calcula.
Informações: Jornal O Extra/O Globo

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