Fortaleza-CE. Demanda por transporte público cai 12%

Há 20 anos, o Sindiônibus prospectava velocidade de 20 a 25 km/h para ônibus. Hoje está em 15 km/h EVILÁZIO BEZERRA

A demanda por transporte público coletivo recuou 12% em Fortaleza, de janeiro a outubro de 2017, ante igual período do ano passado.
Como causas da queda estão resquícios da crise econômica, como o desemprego, que leva menos pessoas a circular com frequência na Cidade, e a reprogramação de rotina do fortalezense para resolver problemas na rua em um único dia, para poupar dinheiro. Além do aumento no volume de licenciamentos de motocicletas no Estado, como um todo, e o surgimento de alternativas de transporte com preços competitivos, como o aplicativo Uber.
Foi o que informou ontem ao O POVO o gerente de planejamento do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Sá Júnior. O que ele diz é confirmado por pesquisa realizada pelo Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), indicando que o Uber é a segunda opção mais procurada depois dos ônibus, conforme adiantou ontem a coluna Vertical S/A. O estudo foi realizado com 1.190 entrevistados, em fevereiro deste ano, e não havia sido divulgado por se tratar de publicação interna, afirmou a assessoria de imprensa do órgão.
O levantamento revela que 31% do total de usuários de coletivos públicos afirmam utilizar somente ônibus. Em seguida vem Uber - modal declarado como o segundo mais habitualmente utilizado por 26% dos entrevistados.
“Função social”
Sá Júnior admite que aplicativos como Uber e 99POP têm “grande potencial de concorrência”, que se estabelecida de forma “justa é sempre saudável”, especialmente para o consumidor. “Não tememos a concorrência. O que reivindicamos é um tratamento especial para o transporte público, porque ele cumpre uma função social muito importante de absorver benefícios que se dão do poder público à população”, diz, enumerando a gratuidade no serviço para idosos e a tarifa social aos domingos e em alguns feriados.
Ele lembra que o setor conta com redução tributária do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), mas ainda arca com muitos custos de manutenção e de combustível (diesel) para que os ônibus realizem os trajetos de cada dia com qualidade. O que acaba onerando o preço das passagens, cujo reajuste está previsto para ser anunciado pela Prefeitura de Fortaleza em janeiro de 2018.
“O que mais traria impacto (positivo para o setor) seria a realização de estudos para identificar as principais vias onde possam ser ampliados corredores e faixas exclusivas para ônibus. Há 20 anos, a gente dimensionava que uma linha fizesse trajeto com 20 a 25 km/h.
Hoje, dimensionamos uma linha com 15 km/h, no máximo”.

Saiba mais
Pesquisa do Iplanfor abordada na Coluna Vertical S/A foi realizada a pedido do próprio Sindiônibus. A maioria dos entrevistados tem Ensino Médio e renda familiar de um a cinco salários mínimos.
 O aplicativo de carona urbana, Uber, chegou a Fortaleza em 29 de abril de 2016. No Ceará, conta com cerca de 18 mil motoristas parceiros e 700 mil usuários. 70% do total de entrevistados utiliza o transporte público para se deslocar ao trabalho e 15% para ir a locais de estudo.
Informações: O Povo

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