Rio de Janeiro-RJ. Após redução da passagem, passeiros reclamam que ônibus climatizados são raros


Irenio das Virgens, de 71 anos, esperava no Terminal Americo Ayres, no Méier, nessa quinta-feira, o ônibus da linha 669 para ir para sua casa, na Pavuna. Com o termômetro da rua marcando 39 graus, ele disse que esperaria no ponto final do coletivo até aparecer algum com ar-condicionado. O EXTRA ficou no local por cerca de uma hora e nenhum veículo climatizado dessa linha parou por ali. Passageiros reclamam que desde que a passagem passou de R$ 3,80 para R$ 360, a frequência de ônibus com ar-condicionado diminuiu.
— Eu vou aguardar aqui até vir um ônibus com ar. São 15h, está muito quente, não tem como entrar nesses ônibus que são verdadeiros fornos. Essa situação é revoltante. Desde que a passagem abaixou, os climatizados sumiram — diz o aposentado Irenio das Virgens.
O promotor Rodrigo Terra, do Ministério Público do Rio e autor da ação que pedia a redução da passagem em R$ 0,20 disse que a situação é inadmissível:
— A decisão da Justiça ocorreu como forma de corrigir um aumento que não poderia ter ocorrido daquela forma. A Prefeitura deve fiscalizar a atuação dessas empresas de ônibus. Caso seja constatada irregularidades, a punição pode ir de multa a cassação da concessão.
A comerciante Maria de Lurdes Palafóz, de 52 anos, também aguardava o ônibus da linha 669 (Pavuna - Méier), com bolsas de supermercado nas mãos e de baixo do sol quente, desistiu de esperar por um coletivo com ar -condicionado:
— Eu percebi que os ônibus climatizados são raros desde que a passagem diminuiu. Essa situação revoltante! Nós passageiros não temos culpa de terem reduzido a passagem, continuamos a pagar. Como fica nosso conforto?
Em Coelho Neto, na fila de espera pelo ônibus 770 (Campo Grande - Coelho Neto), os passageiros também notaram que os ônibus com ar-condicionado são raros desde a redução da passagem.
— Eu acho ridículo que tenham tirado os ônibus. Nós que pagamos passagem é que estamos sofrendo. A cada quatro veículos, só um tem ar — afirma o morador de Realengo, Sebastião Neves, de 55 anos.
A Rio Ônibus informou que não houve redução na frota equipada com ar-condicionado, e o que pode ocorrer é o remanejamento de veículos entre linhas de uma mesma empresa. A Secretaria Municipal de Transportes ressaltou que a fiscalização será intensificada e destacou que os assuntos climatização e reajuste tarifário estão sendo discutidos judicialmente.
Veja a reposta da Rio Ônibus e da Secretaria Municipal de Transportes na íntegra:
“As empresas citadas na reportagem informam que não houve redução na frota equipada com ar-condicionado. O que pode ocorrer é o remanejamento de veículos entre linhas de uma mesma empresa, de maneira que os ônibus com ar-condicionado possam atender a um maior número de passageiros. No caso da linha 371 (Praça Seca x Praça Tiradentes), também não houve mudança no intervalo da linha”.
“A Secretaria Municipal de Transportes esclarece que dentro das rotinas de fiscalização são apurados o funcionamento dos aparelhos de ar condicionado (inspeção do veículo) e se a composição está sendo respeitada no que diz respeito à quantidade de ônibus determinados para serem equipados com ar condicionado (averiguação das linhas). Vale lembrar que os assuntos climatização e reajuste tarifário estão sendo discutidos judicialmente. A SMTR ressalta que a fiscalização será intensificada”.
Informações: Jornal O Extra

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