Curitiba-PR. Extinção da profissão de cobrador
Enquanto alguns setores do transporte coletivo já dão como certa a eliminação dos cobradores no sistema em Curitiba, outros ainda lutam para que os postos de trabalho sejam mantidos. Nesta ala dos que acreditam que haverá a eliminação de qualquer jeito, abre-se uma nova batalha: a da criação do cargo de agente de bordo, ou seja, uma mão de obra humanizada para auxiliar idosos e portadores de deficiências, dar informações aos usuários, organizar o embarque e desembarque, entre outros auxílios aos passageiros e ao motorista, em manobras mais arriscadas e para não desviar a atenção do condutor com questões não relacionadas ao trânsito. Assim, se os cobradores forem eliminados, assumiriam o novo cargo de agente de bordo.
O motorista de ônibus Jarbas Maranhão é um dos que defendem a criação do novo cargo, pois entende que cobrador ou agente são funções de extrema importância para auxiliá-lo. Caso contrário, o motorista tem que sair do seu posto de trabalho para ajudar pessoas a embarcarem e desembarcarem, dar informações, ou parar no meio do trajeto para ajudar pessoas passando mal dentro do coletivo, por exemplo – detalhes que acabam atrasando a linha. Também entende que é essencial alguém orientá-lo durante manobras sem visibilidade.
Cortar pra baratear
O prefeito Rafael Greca e a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) vêm considerando a possibilidade de substituir gradativamente os cobradores pela cobrança eletrônica de passagem, alegando que a eliminação dos postos de trabalho baratearia a tarifa. Hoje, 53% da planilha de custos do sistema de transporte é para a folha de pagamento de motoristas e cobradores). “Mas isso de reduzir tarifa é jogada de marketing. Podem até reduzir por uns dois ou três meses, mas depois jogam lá pros R$ 5. Isso só vai aumentar a lucratividade das empresas e da Urbs. Sem cobrador, a qualidade do serviço piora muito”, defende Jarbas.
Conforme o motorista, se a eliminação dos cobradores ocorrer, cerca de cinco mil trabalhadores ficarão desempregados. “A ideia do prefeito é demitir 5 mil pra agradar 1,5 milhão de passageiros [fluxo diário no sistema de transporte]. O país está em crise. Imagine mais 5 mil desempregados no mercado”, analisa.
Informações: Tribuna do Paraná
Reportagem: Giselle Ulbrich
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