Volta para casa é complicada após paralisação de ônibus no Espirito Santo

A volta para casa foi conturbada para alguns passageiros, no início da noite desta segunda-feira (21), devido à paralisação dos ônibus do sistema Transcol. No Terminal de Itaparica, em Vila Velha, algumas pessoas desistiram de esperar por ônibus e recorreram a caronas.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), a paralisação foi motivada pelo atraso no adiantamento do salário. Pela manhã, motoristas e cobradores cruzaram os braços.
Reprodução: TV GAZETA
A situação começou a se normalizar no fim da manhã, mas o presidente do Sindirodoviários, Carlos Louzada, o Maguila, disse que apenas 30% da frota esteve nas ruas durante a paralisação. Ele disse, ainda, que até o final da tarde apenas uma empresa circulava com apenas 30% da frota em circulação.


"As empresas que não pagarem vão rodar 30%. As que forem pagando, vão rodando normalmente. Até agora, só tem uma empresa que está rodando 30%, que é a Praia Sol. As outras concordaram de pagar. A gente vai aguardar a decisão do patrão: pagou, vai ficar normal", falou Maguila.
No Terminal de Itaparica, as reclamações vinham de passageiros que tinham como destino bairros de Vila Velha.
“Desisti. Não tem como. Só para o meu ônibus, que é o 617, tem três filas. Eu ia ficar muito tempo esperando, já estava lá há 30 minutos. Agora vou embora de carro, liguei para minha mãe e pedi que ela me buscasse”, disse a recepcionista Maria Carolina.
A irmã dela, Maria Alcina, de 16 anos, disse que foi liberada mais cedo do estágio por conta da greve de ônibus, e que mesmo assim enfrentou dificuldades para voltar para casa. “Fui liberada mais cedo pelo meu chefe, mas fiquei mais de 40 minutos esperando. Agora vamos de carro”, disse.
A vendedora Jaceny de Souza também foi prejudicada. Ela contou que no início da tarde ficou quase uma hora e meia esperando um coletivo. No fim da tarde, ela foi até o Terminal para fazer uma entrega e contou que a pessoa que receberia a entrega estava atrasada porque havia tido problemas com o ônibus.
A estudante Luana Xavier já estava há quase duas horas no Terminal. “Como eu estava demorando, minha mãe me ligou preocupada e disse que viria me buscar. Teve gente que nem foi para a aula hoje por causa disso”, contou.
A assistente jurídica Michelle Autafim também recorreu a caronas para ir e voltar do trabalho. “De manhã, esperei por muito tempo e aí meu chefe me buscou. Agora, meu pai vem me buscar no terminal. Nem vou à aula, não sei se vai ter ônibus para voltar depois”, disse.
Paralisação
Ainda pela manhã, o presidente do Sindirodoviários disse ao G1 que a decisão foi tomada no sábado (19). "Várias empresas não fizeram o depósito. Trabalhador não vai trabalhar sem dinheiro, tem contas para pagar. Vamos fazer essa ação e ver o que de concreto acontece", disse.

A paralisação pegou os capixabas de surpresa, já que ninguém foi avisado com antecedência sobre a ação. Em Vila Velha, três garagens de empresas de ônibus foram fechadas por manifestantes. Na Serra, 100% da frota já havia voltado a circular no fim da manhã.
Sem avisos
Além dos transtornos com a falta de coletivos, os moradores reclamaram que não foram avisados sobre a paralisação e se surpreenderam ao chegarem aos pontos de ônibus.

Questionado sobre o aviso não ter sido feito corretamente a população, o diretor patrimonial do Sindirodoviários disse que a informação foi 'ventilada'. "O sindicato informou oficialmente, mas neste momento não sei a quem. A informação foi 'ventilada' para a população", disse.
Secretaria de Transportes
A Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) informou, na manhã desta segunda-feira (21), que repassa regularmente o subsídio aos consórcios operadores do sistema, no valor de R$ 10,5 milhões por mês, e que não houve atrasos neste mês.

Ceturb
A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) disse que foi surpreendida pelo movimento dos rodoviários. O diretor Elias Baltazar informou que, ao contrário do que diz o Sindirodoviários, o salário de agosto foi pago no dia 5 de setembro. O que está em atraso seria o adiantamento do mês.

A Ceturb-GV colocou em prática um plano de operação para circular com a frota disponível e evitar, assim, a descontinuidade do serviço.
Empresas
O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) informou que o pagamento do adiantamento está previsto para acontecer ainda nesta segunda-feira. Informou ainda que está avaliando o movimento e verificando junto às empresas como está a saída dos veículos das garagens.

A GVBus disse ainda que em algumas garagens, os motoristas fizeram pequenas assembleias e decidiram circular com 100% da frota. O Gvbus esclareceu que está tomando as medidas cabíveis para garantir o atendimento aos usuários do Sistema Transcol.
Informações: g1 ES

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