Sindicato discute greve na Mercedes nesta segunda-feira

Informações: blog ponto de ônibus
Nesta segunda-feira, 24 de agosto de 2015, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deve decidir em assembleias se vai realizar uma greve na planta da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.           
Mercedes-Benz
Na última sexta-feira, a montadora de ônibus e caminhões começou a enviar os primeiros telegramas aos trabalhadores que serão demitidos.
Na mensagem, a Mercedes-Benz diz que foram esgotadas todas as possibilidades para adequar a produção à baixa demanda por veículos comerciais provocada pela crise econômica no País, como redução de jornada de trabalho, férias coletivas e demissões voluntárias, e que não houve acordo de adesão da montadora ao PPE – Programa de Proteção ao Emprego.
A Mercedes não diz quantos funcionários serão demitidos, mas afirma que hoje são 2 mil trabalhadores considerados “excedentes” na planta do ABC Paulista que tem no total 10 mil empregados.
O Sindicato dos Metalúrgicos considerou inflexível a postura da Mercedes-Benz e promete realizar atos, inclusive com a possibilidade de decretar greve.
Terminaram sem acordo as negociações para a fábrica aderir ao PPE, que prevê a redução de jornada de trabalho e salários de até 30% em troca de estabilidade temporária. Do percentual dos salários reduzidos, metade seria pago aos funcionários com recursos do FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador.
A Mercedes queria vincular a adesão ao PPE a uma proposta de reajuste salarial menor ou igual aos índices inflacionários oficiais em 2016. Este ponto que foi rejeitado pelos operários.
Em julho deste ano, antes mesmo do lançamento do PPE, a Mercedes-Benz propôs redução de jornada de trabalho em 20% ante uma diminuição de 10% dos salários. Na ocasião, 74% dos trabalhadores rejeitaram a proposta.

O PPE permite redução de até 30% dos salários e jornada de trabalho, conforme convenção coletiva. O FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador complementa até 15% na folha de pagamento.  No entanto, este complemento está limitado a 65% do teto do seguro-desemprego para cada trabalhador. Hoje o maior valor do seguro-desemprego é de R$ 1 mil 385,91, sendo assim, o máximo a ser complementado em cada salário do trabalhador cuja empresa aderiu ao PPE  é de R$ 900,84.
Na vigência do PPE, o trabalhador não pode ser demitido. Após o término, a estabilidade é de um terço do tempo que a empresa aderiu ao programa. Por exemplo, se o PPE foi de 6 meses, quando terminar, o trabalhador só terá mais 2 meses de estabilidade.
O PPE tem limite de 6 meses e pode ser prorrogado por igual período, totalizando um ano.
As empresas em conjunto com os trabalhadores podem aderir até o dia 31 de dezembro de 2015 e o prazo de último dia do PPE é 31 de dezembro de 2016.
O programa não é destinado a setores e categorias, mas a empresas e trabalhadores específicos. Assim, por exemplo, se houver PPE na Mercedes-Benz, não significa que a Scania, Volvo e MAN poderão aderir. Com os trabalhadores é a mesma situação: o plano pode ser para os metalúrgicos da marca, mas não necessariamente para todos os metalúrgicos.
Para ter acesso ao PPE, a empresa deve demonstrar situação financeira que pode colocar os empregos em risco por causa da conjuntura econômica do País e não por questões específicas.
Uma das críticas que se faz ao PPE é que, além de ele ser uma medida emergencial para corrigir erros cometidos pelo próprio governo federal, na prática, o programa acaba beneficiando apenas grandes empresas.
Companhias de menor porte, por exemplo, dificilmente vão conseguir apoio e são justamente as médias, pequenas e micro-empresas que mais geram postos de trabalho e mais sentem a crise econômica.
De acordo com dados da Anfavea- Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores no acumulado entre janeiro e julho deste ano, a queda na produção geral de veículos foi de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014. Os segmentos de comerciais pesados ainda são os mais afetados já que refletem a situação de outros setores e dos cofres públicos que financiam obras de mobilidade urbana. A produção de ônibus teve retração de 28,9% e a de caminhões registrou desempenho pior ainda, de 45,4%.
A queda de licenciamentos de ônibus Mercedes-Benz foi de 15,2%.  Em relação aos caminhões da marca alemã, o quadro é o seguinte: -15,1% para semileves, -28,8% para leves, – 19% para médios, -37,4% para semipesados, – 61,6% para pesados.
Os números da Mercedes-Benz não chegam a ser os piores entre as marcas. No segmento de ônibus, a Scania teve queda de 73,7% nos licenciamentos e, entre os caminhões pesados, por exemplo, a Ford teve baixa de 64% entre janeiro e julho deste ano em comparação com igual período de 2014, de acordo com os dados da Anfavea.

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