Por decisão judicial, ônibus intermunicipais não estão atendendo passageiros dentro do município. Rio Grande da Serra-SP

Uma decisão judicial proíbe que usuários de ônibus intermunicipais em Rio Grande da Serra desembarquem em três bairros da cidade. A ação foi movida pela empresa municipal Talismã contra a intermunicipal Rigras. Os passageiros são informados no momento do embarque.

Passageiros de ônibus intermunicipais são informados no momento do embarque que não poderão descer em três bairros. Foto: Edmilson Magalhães/Arquivo ABCD MAIOR
Foto: Edmilson Magalhães/ ABCD Maior


Os ônibus intermunicipais que atendem Vila Niwa, Parque América e Vila Elclor com destino a Ribeirão Pires não estão desembarcando os passageiros dentro dos limites de Rio Grande. A situação permanece desde 9 de abril, quando o Tribunal de Justiça definiu que a Rigras não deveria transportar os passageiros que pegam e querem descer dos ônibus dentro do próprio município.
Um grupo de moradores compareceu à sessão da Câmara na noite desta quarta-feira (15/04) para cobrar resposta do poder público. Procurado pela reportagem, o prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) afirmou que pretende garantir com a Talismã os mesmos direitos que os passageiros tinham com a Rigras. “Estamos buscando aumentar a frota para manter a frequência de ônibus e vamos resolver também a integração e o que for necessário”, afirmou.
Opções - A auxiliar de departamento de pessoal Caroline Peixoto de Freitas, 29 anos, mora no Bairro Pedreira e utiliza a linha que vai para a Vila Niwa. Para ela, é importante que haja opções, porque o bilhete escolar comum não é aceito na linha municipal e as condições do ônibus intermunicipal são melhores. “Temos o direito de ir e vir e utilizar a empresa que quisermos”, disse.
Na Vila São João, alguns pontos não estão sendo atendidos pela linha intermunicipal. A diarista Suely Magalhães conta que, próximo a sua casa, o ônibus da Rigras já não abre as portas. “Isso afeta minha mãe de 78 anos, que tem de andar 20 minutos até o outro ponto”, disse.
Os bairros distantes do Centro são os mais prejudicados, conforme o DJ Jonathan Amora de Rago, 31 anos, que não tem preferência pelo atendimento de nenhuma empresa. “Só quero saber se vão entrar mais ônibus e quem vai pegar o pessoal das vilas.”
Sobreposição de linhas levou à decisão
A decisão judicial foi tomada porque as linhas intermunicipais da Rigras têm grande parte do trajeto igual ao da Talismã.  

O diretor da viação municipal, Leandro Ricardo Pereira, conta que a exclusividade de operação estava acordada no momento da licitação, em 2010, mas não foi regularizada pela Prefeitura. Se a Rigras parar de operar no município, a Talismã receberá mais recursos que serão utilizados para melhoria do transporte, conforme Pereira. “Compramos mais ônibus para reduzir a espera.” 
A EMTU informou, em nota, que os itinerários são discutidos com o município e “em nenhum momento se presta a competir com linhas municipais”. A tarifa municipal está em R$ 3,40, e a intermunicipal custa R$ 3,55.
O diretor da Rigras, Nivaldo Gomes, disse que a viação opera há mais de 30 anos na cidade e vai recorrer da decisão judicial.   

Informações: ABCD Maior

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio de Janeiro-RJ. A linha de ônibus mais longa da Zona Oeste. Confira aqui as 10 mais colocadas

Prefeitura de Niterói prorroga restrição de circulação com municípios vizinhos até 20 de maio

Estado reserva R$ 20 mi para Linha 20-Rosa - Diário do Grande ABC