Greve de ônibus está confirmada para esta segunda-feira em Curitiba
Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana vão cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da 0h de segunda-feira (26). A greve é uma resposta a falta de pagamento do adiantamento salarial dos trabalhadores. “A greve não tem prazo para acabar. Ela é a gota da água do caos que vive o sistema”, afirma Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus (Sindimoc).
Foto:SINDMOC |
A Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) acumulam dívida de R$ 16,7 milhões com as operadoras do sistema. Sem esse dinheiro em caixa, as empresas dizem que não podem acertar o vale salarial dos trabalhadores, que deveria ter sido pago no último dia 20. De acordo com Teixeira, apenas 20% das empresas pagaram o adiantamento salarial.
Prefeitura pede frota mínima
A prefeitura de Curitiba informou que já entrou com pedido para que a Justiça determine a circulação de frota mínima em caso de greve. O pedido é para que haja 70% da frota nos horários de pico e 50% no restante do dia. Por meio de nota, o município reconhece que a motivação para a paralisação é a falta de pagamento do adiantamento salarial dos trabalhadores e atribui a culpa ao governo do estado. "O vale não foi pago ainda por que o governo do Estado, desde outubro do ano passado, não faz o repasse do subsídio referente ao transporte metropolitano, totalizando uma dívida de R$ 16,5 milhões, sem contar janeiro de 2015", diz o texto.
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A prefeitura ainda ressalta que se dispõe a manter a integração física da Rede Integrada de Transporte (RIT), mas que a partir de agora vai cuidar do pagamento apenas das linhas urbanas, definidas a partir da licitação de 2010, realizada na gestão do então prefeito Beto Richa. Ao governo do estado, cabe efetuar o pagamento das empresas metropolitanas.
Ratinho se reúne com Sindimoc
Nesta quinta-feira (22), o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, se reuniu com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. Foi a primeira reação do governo após a manifestação de motoristas e cobradores em frente ao Palácio Iguaçu, no último dia 8.
Segundo o Sindimoc, Ratinho reconheceu a dívida, prometeu pagar, mas não disse quando nem como o governo fará isso. Ele teria apresentado planilhas de possibilidades para o subsídio estadual ao sistema em 2015. Como a Comec propôs reduzir o valor do repasse para custear a tarifa, a Urbs não renovou o convênio e “jogou” para o órgão estadual a responsabilidade de pagar as empresas metropolitanas, que estão desde 1.º de janeiro sem receber.
Intimidação
O Sindimoc diz que a indignação tomou conta da categoria. No site do sindicato, fotos de trabalhadores protestando com nariz de palhaço foram publicadas. “Mande sua foto com nariz de palhaço! Mostre o que o governo, a Urbs e as empresas estão fazendo com a categoria!”, conclama.
A Urbs teria reagido com rigor. Segundo os motoristas, fiscais estão ameaçando multar os trabalhadores com a justificativa de que o nariz não faz parte do uniforme. No entanto, o órgão não confirma esse fato. De acordo com a Urbs, não há ameaças aos trabalhadores: uma eventual multa seria aplicada às empresas. Além disso, a Urbs informa que não é a autora da mensagem e que está investigando de onde ela partiu. A prioridade no momento é dialogar com o governo do estado e efetuar os repasses atrasados.
Informações: Gazeta do Povo
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