Leilão da Busscar só arrecada 6,1 milhões

Bens estavam avaliados em 489 milhões. Apenas dois dos seis lotes foram vendidos.

Ônibus da Busscar. Uma das maiores encarroçadoras do país foi à falência e leilão foi considerado um fracasso. Foto: Adamo Bazani
Uma verdadeira decepção. Assim pode ser considerado o leilão dos ativos da encarroçadora de ônibus Busscar, que já foi uma das maiores do país e teve a falência decretada definitivamente neste ano pela Justiça.
Foram oferecidos seis lotes entre massa falida, maquinários, participações acionárias, imóveis, móveis, veículos e outras empresas do grupo.
Estes lotes somavam R$489.080.472,99 (quatrocentos e oitenta e nove milhões, oitenta mil, quatrocentos e setenta e dois reais e noventa e nove centavos).
No entanto, apenas dois dos seis lotes foram arrematados:
Lote 2 – Bens da Massa Falida da Climabuss Ltda (empresa de equipamentos de refrigeração para veículos), terreno, máquinas, equipamentos, móveis e utensílios totalizando R$ 5.088.282,04 (cinco milhões, oitenta e oito mil, duzentos e oitenta e dois reais e quatro centavos). A oferta foi de 65% do valor avaliado, pouco mais de R$3 milhões.
Lote 5 – Participação Acionária da Massa falida da Busscar Ônibus S/A referente a Busscar da Colômbia, avaliado em R$1.088,112,01 (um milhão, oitenta e oito mil, cento e doze reais e um centavo). Foi arrematado por R$3 milhões.
A Justiça não divulgou oficialmente quem foram os compradores.

Para os outros lotes, incluindo o parque fabril e a própria Busscar Ônibus e a Tecnofibras, única empresa do grupo que está com a saúde financeira em dia, não houve propostas.
As dívidas da Busscar são de R$ 1,6 bilhão contando com compromissos trabalhistas, débitos com fornecedores, bancos e impostos atrasados.
A Justiça deve marcar mais um leilão para os lotes e ativos não arrematados.
Nos bastidores, o mercado de ônibus comenta que o desinteresse se deve a uma especulação de investidores que já pertencem ao setor de transportes para tentar diminuir os lances para os ativos da encarroçadora no próximo leilão ainda sem data definida.

No entanto, a situação do mercado, tanto dos fabricantes como dos operadores, a baixa atividade econômica do país e até contestações sobre os valores dos ativos também pesaram.
Fonte: blog Ponto de Ônibus
Reportagem: Adamo Bazani

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