Petrópolis-RJ: Ônibus parados e filas enormes: linha 700 lidera reclamações

O desrespeito marcou a sexta-feira de muitos Petropolitanos que esperavam por um coletivo da linha 700 no Terminal de Itaipava. Mesmo com pelo menos três ônibus enfileirados no local por volta das 8h, e as filas de aposentados, pessoas que iriam em pé e a normal estarem chegando quase à lanchonete que existe no espaço, os ônibus só foram liberados por volta das 8h35 após reclamação dos usuários junto ao fiscal. De acordo com testemunhas, o problema é recorrente.
Motoristas que trabalham na linha afirmam que a ordem dos fiscais é sempre a mesma, de segurar os coletivos o maior tempo possível dentro do terminal. Pessoas de muleta e da terceira idade precisaram esperar por mais de 30 minutos em pé, pois não foram liberadas para embarcar nos ônibus. Os profissionais afirmam, ainda, que o correto era que um dos carros tivesse saído às 8h10.
Quando questionado, o fiscal Paulo Cesar declarou que a demora seria de responsabilidade dos motoristas, que demorariam para tomar café e utilizar o banheiro entre uma viagem e outra. “Eles sabem o horário que eles devem cumprir, não tenho como controlar tudo, preciso liberar os carros também. A ordem é que conforme os veículos venham chegando já saiam com os passageiros. O trânsito também é um fator que atrapalha muito o andamento das coisas”, disse.
O problema é que apesar do trânsito ruim havia coletivos de sobra dentro do terminal. “É uma vergonha, todo o dia enfrentamos a mesma coisa e ninguém faz nada. Quando questionamos os motoristas do motivo de terem tantos coletivos trancados e parados, mesmo quando a fila está enorme, só dizem que a ordem é aguardar e não liberar os carros”, contou indignada a costureira Ana Maria Barbosa.
Já os motoristas afirmam que a culpa não é deles. “Estamos aqui aguardando ao lado dos coletivos a liberação. Não podemos fazer nada, apenas obedecemos aos fiscais e normas da empresa. Ninguém fica perdendo tempo lanchando meia hora. Claro que somos seres humanos e às vezes vamos ao banheiro e compramos algo para comer, mas é tudo muito rápido, afinal, a linha 700 é uma das principais. Mesmo assim precisamos esperar como os passageiros”, relatou um motorista que preferiu não se identificar.
A indignação tomou conta dos que estavam à espera de um ônibus para poder chegar ao trabalho. Luciano Marques, que trabalha com serviços gerais, garante que o problema é antigo e acontece todos os dias. “Uso essa linha diariamente e esta sempre assim. Os horários de pico são um terror! É impressionante a fila e nem assim os fiscais autorizam a saída dos carros. Já tem quatro ônibus enfileirados e até agora nada. Trinta minutos à espera de um 700 é palhaçada”, reclamou.
O também auxiliar de serviços gerais Igor Fernandes está com o pé quebrado e ficou quinze minutos na fila de muletas. “A fila aumenta a cada instante e eu aqui, sem poder fazer nada. Os funcionários nem ao menos abrem o ônibus para podermos embarcar até terem a tal ordem da liberação dos carros. Só não consigo entender que tática é essa, de ter ônibus disponíveis, mas não colocá-los para rodar?”, questionou.
A aposentada Marilene Machado afirma que a fila chega a passar da lanchonete. “Gente, é o terminal inteiro cheio de cidadãos trabalhadores esperando o mesmo ônibus. Estou há um tempão aguardando e é sempre assim. Só começaram a liberar agora devido aos questionamentos da imprensa, porque reclamo todos os dias e nem isso é o suficiente para fazer com que os fiscais autorizem a saída dos ônibus”, ressaltou.

Executivos não cumprem horário e prejudicam passageiros
O executivo da linha Posse/Gaby no horário de 7h20 não fez a viagem ontem. Os usuários acostumados a usar o coletivo correram para pegar as linhas comuns após constatar a falha. Nenhum outro ônibus foi colocado para suprir a falta do carro.
O erro também não foi informado nem justificado para os usuários, que quando chegaram ao Terminal de Itaipava se depararam com um verdadeiro caos. Quem tinha compromisso e horário para chegar ao trabalho se mostrou indignado com a situação e afirma ter sido prejudicado.
“Esse executivo passa em Itaipava perto da minha casa às 8h todos os dias, mas por via das dúvidas sempre chego antes, pois dependendo do trânsito ele pode passar uns cinco minutos adiantado. Cheguei 7h45 no ponto e até 8h20 o executivo não havia passado. Optei pelo comum e chegando no terminal fiquei no final de uma fila quilométrica. Um monte de ônibus estacionados, um atrás do outro, e as pessoas em pé esperando a boa vontade de alguém para terem autorização de embarcar e, enfim, poderem seguir viagem. O resultado é que vou chegar pelo menos 40 minutos atrasada, quando normalmente chego 10 minutos antes”, afirmou revoltada a auxiliar de escritório Tamara da Silva.
Até o fechamento dessa reportagem para o site da Tribuna de Petrópolis, o Setranspetro ainda não havia se pronunciado.

Reporter: Thaciana Ferrante
Fonte: Redação Tribuna de Petrópolis

Foto: Thaciana Ferrante/Tribuna de Petrópolis

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