Metrô-RJ: Privilegiando conceitos sustentáveis, metrô terá estações ‘verdes’ na Barra e em São Conrado
Enquanto as obras da Linha 4 do metrô avançam para ser
entregues antes dos Jogos Olímpicos, os projetos de construção das
estações de São Conrado e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, também já
foram definidos, na semana passada, pelo consórcio construtor Rio Barra
(CCRB), privilegiando, segundo a empresa, conceitos sustentáveis. Em
São Conrado, por exemplo, os acessos de passageiros, na Estrada da
Gávea, em frente a um supermercado e próximo à favela da Rocinha, vão
ganhar claraboias, de 16 metros de diâmetro cada, sobre as áreas das
bilheterias e catracas. Pelo teto envidraçado, a luz solar poderá
iluminar o espaço a 16 metros de altura.
A futura estação no Jardim Oceânico também terá o conceito “verde”,
com a área externa integrada ao novo desenho paisagístico da região. De
acordo com o projeto, haverá um canteiro central na Avenida Armando
Lombardi, que cobrirá toda a extensão da estação do Jardim Oceânico. No
trecho em frente a uma clínica, haverá uma elevação, no formato de onda,
com cinco metros de altura, 68 de comprimento e 12 de largura, com
janelas de vidro e fendas nas laterais, que permitirão a passagem do ar
para dentro da estação. O teto verde terá grama e plantas.
— A ideia inicial para a estação do Jardim Oceânico, que ficará no
meio da Avenida Armando Lombardi, era se construir uma pirâmide, como no
Museu do Louvre, em Paris. Mas acabamos optando por uma estrutura mais
simples. O importante é que, assim como a pirâmide do museu francês,
toda a estrutura lateral será em vidro, privilegiando a luz natural. No
nosso caso, a estação também terá abertura de ar. Em São Conrado, foi
possível instalar claraboias para aproveitar a luz do dia — explica o
arquiteto Heitor Lopes de Sousa Jr., diretor de Engenharia da
RioTrilhos, autor da ideia.
MENOS LÂMPADAS ACESAS
Para o arquiteto, a construção permitirá economia de energia
elétrica, já que menos luzes vão ficar acesas durante o dia. Além disso,
a ventilação no interior das estações não precisará ser tão potente.
— Ainda não há cálculo que mostre a redução, mas a economia será
significativa. Em dias de muito sol, não será necessário ter sequer
luzes acesas, tanto em São Conrado, como na Barra. No Jardim Oceânico,
onde haverá entradas de ar, os ventiladores poderão ser menores que nas
outras estações. A sensação de confinamento será bastante amenizada. O
teto elevado permite que a luz natural penetre no interior e estabeleça
uma integração com o ambiente externo — acrescenta ele.
Segundo o consórcio, desde o início das obras, cerca de 196 milhões
de litros de água foram tratados e reaproveitados (o que daria para
abastecer mais de 18 mil casas por um mês). Além da água, todo o resíduo
de óleo usado das obras tem destinação ambientalmente adequada. Entre
maio de 2010 e julho de 2014, a Linha 4 destinou à reutilização mais de
45,3 mil litros de óleos lubrificante e vegetal.
O especialista em soluções sustentáveis, Chicko Souza, diz que cada
vez mais as novas construções privilegiam conceitos de sustentabilidade
porque, a longo prazo, o retorno financeiro é maior:
— A percepção de adaptar projetos para atender padrões de
sustentabilidade está prevalecendo. A obra é mais cara do que uma
tradicional, mas há retorno, pois é possível reutilizar materiais
durante a construção, e o custo de manutenção fica menor.