Transcarioca na cidade do Rio de Janeiro e seus impactos para os bairros da Zona da Leopodina

Previsto para ser concluído no final do ano de 2013, a Transcarioca cortará alguns bairros na Zona da Leopodina (Penha Circular, Penha, Olaria e Ramos), porém seu projeto esta enfrentando forte resistência da população local . Primeira polêmica foi com relação a mudança do traçado, com a modificação do projeto, ocorrerão várias desapropriações de imóveis e comércios, o prejuízo maior será para o bairro de Ramos. Fazendo um levantamento histórico do bairro, Ramos se desenvolveu a partir de 1868 com a construção da Estrada de Ferro (Estrada de Ferro Leopoldina) por Dom Pedro II, na época a região pertencia a uma fazenda sob o controla do capitão José Fonseca Ramos. No inicio do século XX a região foi urbanizada  pelo engenheiro Joaquim Vieira Ferreira Sobrinho, que, por volta de 1910, fundou a Vila Gérson e a escola Gérson. 
O bairro ficou famoso também pelas agremiações carnavalescas, com a Escola de Samba Imperatriz Leopodinense e pela Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, fundado em 1961 no bairro de Olaria. Até 2011 a região foi marcada pela onda de violência influenciando nas condições de vida e na queda das vendas no comércio da região. Com a chegada das Forças de Segurança no Complexo do Alemão, o comércio se prosperou em Ramos permitindo a criação de novos estabelecimentos comerciais trazendo um novo cenário para a região. Com as obras da Transcarioca, o bairro de Ramos vive seus momentos críticos com as intervenções que poderá desestabilizar o bairro com a derrubada de alguns comércios contribuindo para o desemprego na região. Não só comércio, mas escolas e residências, no projeto esta previsto a demolição de imóveis as proximidades da linha férrea como forma de prolongar o trânsito de Ramos até a Avenida Brás de Pina, seu ponto de partida seria a Rua Uranos que será modernizada.
Outro ponto fundamental é com relação a questão ambiental. Para ser feito qualquer intervenção urbano, é preciso ser feito um levantamento geral do meio ambiente. A intervenção sem qualquer estudo ambiental, poderá causar certos danos a região contribuindo mais para a poluição, enchentes e redução da área verde. 
Para que este projeto de intervenção possa ser realizado dentro das normas do Meio Ambiente, é preciso fazer um estudo geral das condições do solo da região, e por fim, definir o traçado do BRT Transcarioca. No bairro Penha Circular, por exemplo, o traçado foi modificado para evitar grandes danos ao meio ambiente, mas por outro lado, será preciso desapropriar imóveis neste bairro criando um prejuízo para os moradores.
Terceiro ponto, é com relação ao funcionamento do transporte público na Região da Leopoldina. A rua Uranos é uma das principais ruas da região aonde circula várias linhas ligando o Centro do Rio, Zona Norte e Zona Oeste. Com a inauguração da Transcarioca, muitas linhas da região deixarão de existir, outras poderão virar alimentadoras, agora é aguardar e esperar a população avaliar este novo serviço, alguns já demonstraram insatisfeitos com esta mudança.

As fotos abaixo mostram a relação de alguma das linhas e os ônibus que poderão deixar de existir com a Implantação da Transcarioca


Linha 313 circula na Rua Uranos

Linha 494 circula na Penha

Linha 551 Penha x Nova Iguaçu circula na Avenida Brás de Pina

Lista com as demais linhas que poderão deixar de existir ou virar linhas alimentadoras na Região da Leopoldina

676-Méier x Penha
679-Méier x Grotão
630-Saens Peña x Penha
621-Saens Peña x Penha
622-Saens Peña x Penha
623-Saens Peña x Penha
625-Saens Peña x Olaria
628-Nova América x Penha
918-Bonsucesso x Bangu
485-Caxias x Pilares
492-Caxias x Engenho da Rainha
910-Madureira x Bananal
952-Praça Seca x Penha
349-Praça XV x Rocha Miranda
484-Olaria x Copacabana
495-Penha x Copacabana
721-Cascadura x Vila Cruzeiro
728L-Bonsucesso x Nova Aurora
940-Madureira x Ramos