Impasse entre reajuste e congelamento dos preços das tarifas dos transportes públicos

Por Jorge Mattos - março 30, 2013

O ano de 2013 está vivendo um momento de corte de gastos públicos para o país, essa é a forma encontrada para evitar possíveis aumentos da inflação. Nas duas principais cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, não ocorreram reajuste na tarifa das linhas municipais. Mas algumas cidades levaram adiante a política de reajuste, por exemplo, Porto Alegre na última semana do mês de março de 2013. O anuncio do reajuste em Porto Alegre foi marcado por fortes protestos da população entrando em confronto com a polícia. Na ultima sexta-feira de março foi a vez da cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, anunciar o reajuste da tarifa municipal que entrará em vigor no dia 1 de Abril. A justificativa pelo reajuste dos transportes públicos foi justificado por vários motivos: aumento do preço dos combustíveis, aumento dos gastos com manutenção e o aumento dos impostos. No caso dos ônibus urbanos, citarei o caso da cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes apresentou uma proposta de modernizar os ônibus cariocas com um novo padrão: até a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 todos os ônibus da cidade teriam piso baixo e Ar Condicionado, em cima deste proposta, o prefeito justificou o reajuste da tarifa dos ônibus. O reajuste da tarifa dos trens urbanos do Rio de Janeiro foi pelo mesmo motivo, o governo do Estado do Rio de Janeiro pretende modernizar os trens do Estado e alguns antigos serão reformados e equipados com Ar Condicionado. Apesar das propostas apresentadas, o Rio de Janeiro ainda vive longe desta nova realidade. Somente as empresas da Zona Sul da cidade aderiram ao padrão piso baixo, com exceção da Empresa Andorinha da Zona Oeste que adquiriu 3 carros com este padrão. Com relação aos trens da Supervia, mesmo com a chegada dos trens novos, muitos trens antigos continuam rodando, muitos estão sucateados. O primeiro passo da modernização do transporte público na cidade do Rio de Janeiro ocorreu com a inauguração do seu primeiro BRT, a Transoeste com a compra de mais de 90 ônibus com motor traseiro e Ar Condicionado, mas ainda falta inaugurar 3 BRTs previstos no projeto. Antes de pensar em reajustar a tarifa, a prioridade é modernizar o sistema para satisfazer as necessidades da população e acabar com o sofrimento e desconforto enfrentado no cotidiano. Afinal é possível baratear custos através do uso de novas fontes de combustíveis e a redução dos impostos sobre as empresas de ônibus.